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10/11/2011 - 07h22

Idade média de gestor cai, mas experiência é valorizada

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cabelos brancos deixaram de ser diferencial para que o profissional alcance a presidência da empresa.

A pesquisa Datafolha indica que a idade média dos executivos caiu em todos os níveis hierárquicos -coordenação ou supervisão, gerência, diretoria e presidência- em relação a cinco anos atrás.

A mudança reflete o momento do mercado de trabalho. A economia aquecida fomenta a demanda por profissionais com poder de decisão, e a escassez de pessoas com experiência em gestão favorece a promoção de novatos.

"Os salários no Brasil estão muito altos, e algumas empresas têm optado por contratar executivos menos seniores para que a remuneração caiba no orçamento", diz Renata Filippi, sócia-diretora da consultoria Mariaca.

Em áreas da economia que pedem muita energia dos profissionais, como tecnologia, varejo e serviços, "os mais novos prevalecem", afirma Roberta Giuliano, sócia-diretora da Passarelli Consultores.

Isadora Brant/Folhapress
Cleber Morais, 46, foi presidente de empresa aos 37 anos
Cleber Morais, 46, foi presidente de empresa aos 37 anos

Os presidentes atualmente têm idade média de 47 anos, os diretores, de 41, e os gerentes alcançam o posto antes dos 35 anos.

Alexandre Monteiro é um exemplo. Aos 47 anos, acaba de ser promovido de diretor financeiro a principal executivo em uma empresa do segmento de petróleo e gás.

Para ele, uma das razões para conseguir a ascensão foi ter investido em sua capacitação. "Sou de uma geração que estudou muito para crescer profissionalmente."

MAIS VELHOS

Em geral, a orientação das empresas sobre a idade dos candidatos, que ocorre segundo 68% dos profissionais de RH ouvidos, não vai na direção do rejuvenescimento.

Para o cargo de presidente, a procura, na opinião de 7% dos recrutadores, é por executivos na faixa dos 50 anos. Para diretor, preferem-se profissionais de mais de 45 anos ou na faixa dos 50.

Jairo Okret, consultor da Korn/Ferry no Brasil, relativiza a importância da idade nas seleções: "Experiência em funções anteriores e foco no resultado ainda são mais importantes para alcançar cargos mais expressivos".

ASCENSÃO E PLANEJAMENTO

Assumir ainda jovem um alto posto na hierarquia corporativa exige planejamento.

"Escolher uma boa instituição de ensino, estudar idiomas e saber o que quer encurtam o caminho e permitem um desenvolvimento profissional mais rápido", determina Renata Fillipi, sócia-diretora da Mariaca.

A consultora diz que executivos hoje na casa dos 30 anos investem em capacitação teórica, o que os torna atraentes para o mercado.

"Como planejaram a carreira desde cedo, chegaram mais rapidamente ao topo."

A falta de preparo pode custar caro na hora de se candidatar a um cargo. Na pesquisa Datafolha, a deficiência em relação a cursos foi mencionada por 21% dos entrevistados como ponto fraco dos executivos brasileiros.

VERSATILIDADE

Cleber Morais conquistou seu primeiro cargo como presidente de uma empresa de tecnologia aos 37 anos.

Hoje, aos 46, gerencia a terceira companhia de sua carreira. Graças à sua facilidade de adaptação, passou por vários setores nas empresas em que atuou e teve até experiência internacional. "Um executivo tem que entregar resultados e gostar de desafios", ensina.

 

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