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27/03/2012 - 07h05

Reengenharia é mais importante hoje, diz autor

DE SÃO PAULO

James Champy, 70, escreveu nove livros, mas foi com o primeiro, "Reengenharia", de 1992, que ficou famoso. O título era o lançamento de um conceito de como as empresas deveriam funcionar: equipes multidisciplinares, identificação das atividades desenvolvidas, controle das relações com clientes e busca de produtividade.

Essa última parte do recado foi a que ficou mais famosa, e "reengenharia" virou sinônimo, em muitas empresas, de demissões.

Champy nega que a reengenharia encorajasse as demissões.

O autor, que vive em Boston, nos EUA, e é presidente emérito do conselho da empresa Dell, de tecnologia será um dos palestrantes de fórum sobre liderança que acontece hoje (27).

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Você já palestrou no Brasil?
Essa é minha terceira vez e já tive clientes como consultor. Os executivos brasileiros têm interesses parecidos com os dos americanos. E acho que são bastante semelhantes, ambos são atualizados. Na época da inflação alta estive no país e fiquei impressionado com a habilidade deles.

Você é considerado um dos pais da reengenharia, que muitas vezes é interpretada como demissão em massa. Isso é correto?
É errado pensar em reengenharia como demissão. A ideia por trás do livro original, que é de 1992 e que ainda é publicado, é sobre melhorias na forma como as empresas funcionam: aumentar a qualidade dos produtos e encurtar ciclos de trabalho reduzindo custos. Muitas empresas usaram a palavra "reengenharia" para descrever o que era, na verdade, demissão em massa. Foi um fenômeno comum, mas essa não era a intenção. Se uma empresa faz uma reengenharia de verdade, descobre como fazer mais com menos gente. Mas o foco nunca deveria ser demissões.

Hoje vivemos um período econômico diferente dos anos 90,as taxas de desemprego estão mais baixas no Brasil. Ainda faz sentido falar em reengenharia?
É ainda mais importante. Se a taxa de desemprego é baixa, não pode-se empregar mais. É preciso trabalhar com o pessoal que você tem, ser mais produtivo. A segunda razão é que a tecnologia de informação muda a maneira como as companhias fazem o trabalho delas, especialmente em relação a como lidam com os clientes.

Por quê?
Os clientes passaram a controlar a imagem da empresa. O que está acontecendo é a ultra personificação dos clientes. As companhias precisam ter muita informação sobre cada um dos clientes, ele precisa ser pensado de maneira ultra pessoal.

Os líderes atuais têm que se comportar levando as mudanças tecnológicas em consideração?
Os princípios fundamentais de liderança não mudaram. A necessidade de inspirar as pessoas, saber o que acontece no mercado, etc. A tecnologia dá aos líderes uma fonte de informação.

O que chefes devem fazer para os subordinados entenderem isso?
Ainda é um desafio fazer com que os empregados entendam como empresas devem funcionar. E às vezes as pessoas não captam que é preciso mudar de comportamento quando já é muito tarde. Essa é uma questão de comportamento e cultura.

 

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