Incorporar o DJ faz bem ao trabalho?
MARIANA BACCARIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dependendo da área de atuação, a cena de cabeças ornadas por fones de ouvido é comum no ambiente profissional. Mas nem toda empresa aceita que seu funcionário trabalhe imerso nesse mundinho particular em horário comercial.
Com a entrada da geração Y no mercado de trabalho, as regras do jogo corporativo mudaram, aponta Leyla Nascimento, presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).
"Algumas empresas veem o uso de fones de ouvido como reforço para a concentração, pois a nova geração tem capacidade de conexões múltiplas", argumenta.
Na era da conectividade, o fone não serve apenas para escutar música. Também é útil para fazer ligações, ouvir podcasts, assistir a vídeos etc.
Paulo Muppet, sócio da Birdo, empresa de animação, defende a presença do aparelho no trabalho e não acredita que a prática diminua a produtividade. "Se todo mundo usasse o fone, não falaríamos tanta besteira", brinca.
Animador da Birdo, Fernando Finamore, 25, utiliza o aparelho principalmente nos momentos que não exigem tanta atenção.
"O trabalho do animador oscila entre as atividades mais mecânicas e as que precisam de maior concentração." Atrapalha o contato entre os colegas? "Não", ele diz. "Basta um gesto e a pessoa já olha, tira o fone e participa."
Na prática, não funciona assim com todo mundo. "A gente começa [a chamar] 'fulano, fulano', até que alguém encosta na pessoa. É um pequeno incômodo", exemplifica o sócio da Birdo.
Para evitar esse tipo de problema, Marcelo Rodrigues, sócio do escritório de advocacia TranjanRodrigues, prefere que os funcionários estejam com os ouvidos sempre livres.
"Veto total [ao uso de fones]", afirma. "Disse [a uma funcionária] que estava clinicamente comprovado que você não consegue se concentrar em duas mensagens ao mesmo tempo, que passava uma impressão ruim e que eu não gostava de levantar toda hora para falar com ela", conta o advogado. "Viver pelo escritório com fone é desrespeitoso com as demais pessoas."
Marcelo Hueb, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, é taxativo: "Teremos uma geração de surdos. Os fones de ouvido prejudicam muito a audição."
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