Economistas propõem novo cálculo do custo da mão de obra
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
Licença maternidade, treinamento de novos funcionários e festa de fim de ano não costumam ser levados em consideração na hora de calcular quanto custa a mão de obra dos trabalhadores de uma empresa.
Mas um grupo de cinco economistas da FGV (Fundação Getúlio Vargas) fez um estudo em que esses itens -e outros inusitados como manutenção de refeitório e custo do tempo não trabalhado- entram na conta na hora de calcular o quanto que o patrões precisam desembolsar pelos funcionários.
Custos indiretos do trabalho, como o setor inteiro de administração de pessoal e o tempo que demora para um novato no trabalho se adaptar (os economistas estipularam que ele rende 75% de um empregado experiente) foram incorporados.
Também há os custos indiretos que não são para os funcionários, como as contribuições ao Sistema S, ao Incra e o salário-educação dos aprendizes.
O estudo, financiado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), foi feito em duas empresas da área têxtil. Os economistas simularam duas situações: uma em que um empregado fica um ano na empresa e é demitido e uma outra em que ele trabalha cinco anos na empresa e é demitido.
Na primeira situação, o valor pago ao trabalhador é acrescido em 183%. Na segunda, em 155%.
Trata-se de uma simulação, esses valores vão variar. "Uma parte dos custos são gerais e comuns à legislação trabalhista. Mas alguns são específicos para o setor, ou para o local (a cidade e o Estado). E há os próprios da empresa e, no limite, de cada trabalhador. Trata-se de uma média que pode incorporar erros para cima e para baixo", explica Vladimir Ponczek, um dos responsáveis pelo estudo.
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