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05/06/2012 - 07h05

Negociações estão mais racionais, diz diretor da Febraban

DEPOIMENTO A FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Resumo

Magnus Ribas Apostólico, 62, é diretor de relações do trabalho da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ele é o responsável por sentar com os representantes dos trabalhadores para negociar as convenções anuais, que vão determinar piso salarial, reajuste e outras regras. Quando não há acordo, acontecem as greves, como em 2011

*

Minha história

Prefiro negociar reajustes sem greves, claro. Mas trabalho com elas há 32 anos.

Já estive em mineradoras, siderúrgicas, portos e associações de classes.

Nos anos 1980, os sindicatos tinham muita vontade de extravasar, em parte por causa de toda a repressão dos anos 1970. As negociações, até mesmo na mesa, eram mais agressivas.

Hoje, elas são mais profissionalizadas. Os trabalhadores são assessorados por advogados, técnicos em negociação e fazem cursos pelo mundo inteiro.

Se o pedido for muito alto, até facilita meu trabalho, porque não preciso nem considerá-lo. Mas, se o número tiver embasamento, entra-se em uma discussão séria, com lógica. A mesa é dura.

Gabo Morales/Folhapress
Magnus Ribas Apostólico, atualmente na Febraban, é representante de empregadores em negociações há 32 anos
Magnus Ribas Apostólico, atualmente na Febraban, é representante de empregadores em negociações há 32 anos

As pautas também mudaram. Discutimos participação nos lucros e remuneração, como sempre. Mas também há condições de trabalho, saúde, segurança, relacionamento nas empresas e questões de igualdade e diversidade. Nem se pensava nisso nos anos 1980.

E, de dez anos para cá, saímos de 26% de transações eletrônicas para 90%. Os que usam os canais alternativos, como os caixas eletrônicos ou a internet, ignoram a greve.

Mas há problemas para quem precisa ir à agência -alguém que quer falar com o gerente ou um aposentado.

Isso causa [no cliente] uma reação de contrariedade ao banco, ao sindicato e também ao grevista.

Mas, claro, o direito de greve deve ser respeitado. Sempre que iniciamos uma negociação, alertamos os bancos de que a comunicação interna [a respeito do andamento da paralisação] deve ser feita de maneira isenta para não parecer pressão.

 

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