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29/07/2012 - 04h40

Vaga de trabalho em eleição depende de "QI"

ANDRÉ ZARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As eleições municipais de outubro vão criar vagas temporárias no começo de agosto, época em que as campanhas políticas começam a intensificar sua atuação na rua, na TV e no rádio. Em São Paulo, o aumento de 12,7% no número de candidatos a vereador neste ano tende a ser acompanhado, também, por uma maior geração de empregos temporários.

Não existe um levantamento que mostre quantas vagas são criadas no período eleitoral, mas, somente no setor gráfico, há a previsão de 5.000 novas oportunidades no Estado, segundo projeção da Abigraf-SP (associação da indústria gráfica). Para cuidar da manutenção das urnas eletrônicas, um consórcio de empresas autorizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá contratar 1.862 pessoas no Estado.

Simon Plestenjak/Folhapress
Com indicação, Henrique Diniz conseguiu uma vaga temporária para trabalhar na campanha
Com indicação, Henrique Diniz conseguiu uma vaga temporária para trabalhar na campanha

"É difícil mensurar quantos postos de trabalho uma eleição gera, pois ela envolve profissionais diretos e terceirizados de segmentos muito distintos. Sabemos que profissionais de comunicação e cabos eleitorais são os mais requisitados", diz Carlos Manhanelli, presidente da ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos).

Para trabalhar em uma campanha, Marco Iten, especialista em marketing político, diz que o melhor caminho é a indicação. "Políticos se sentem mais confortáveis em contratar por meio dos seus militantes e candidatos", diz.

O PT recorre a essa estratégia. De acordo com a assessoria de imprensa da campanha, o partido só "trabalha com indicação, geralmente de militantes". O PPS planeja contratar cooperativas para prestar serviços. No entanto, recebe diariamente currículos de pessoas interessadas em trabalhar na campanha.

Segundo a assessoria do partido, currículos são aceitos, sem compromisso, no comitê (rua Dr. Germaine Burchard, 352, Barra Funda). Procurados, PMDB e PSDB não se manifestaram.

Quem quer trabalhar nas eleições de forma terceirizada também precisa ser indicado. Formado em relações públicas, Henrique Diniz, 31, trabalhava em uma ONG em Brasília até ela encerrar suas atividades, há dois meses. Procurando um emprego, foi indicado para uma vaga temporária como assessor de mídias sociais na Life Comunicação, em São Paulo.

"Vou cuidar das redes sociais de um candidato a prefeito." Segundo a dona da agência, Lívia Fernanda, mais duas pessoas foram contratadas para atender a candidatos. Até o fim das eleições, outras cinco vagas devem ser criadas.

LEGISLAÇÃO

Os profissionais, ao serem contratados para a eleição, devem ficar atentos se estão sendo recrutados pelo comitê do partido ou pelo candidato. Os direitos e benefícios trabalhistas variam de acordo com quem contrata.

Segundo a Receita Federal, comitês de partidos políticos se equiparam a empresas com relação aos direitos trabalhistas. Já os candidatos, não.

Quando contratam alguém, eles podem receber notas fiscais simples e efetuar pagamentos sem gerar vínculo empregatício e sem pagar os benefícios trabalhistas (como a contribuição previdenciária).

Quando são os partidos que recrutam para as eleições, eles têm de fazer um contrato de trabalho por tempo determinado (com registro em carteira), o que os sujeita às obrigações da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas os isenta de pagar o aviso prévio e a multa em caso de demissão.

"Isso acontece porque os comitês são permanentes e os candidatos têm um CNPJ que expira após as eleições", diz Ana Amélia Mascarenhas, professora de direito da PUC-SP.

 

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