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21/08/2011 - 07h25

Competição é arma para 'estimular' funcionário a emagrecer

DE SÃO PAULO

Os efeitos de programas corporativos de emagrecimento passam rápido quando a companhia não perpetua a mudança de hábitos de seus funcionários.

O gerente financeiro Anderson Freitas, 33, perdeu 10 kg -de 89 kg para 79 kg- em três meses, durante o programa Juntos pela Sua Saúde, desenvolvido pela empresa em que trabalha, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Na ação, que durou um semestre, funcionários e familiares foram desafiados a perder peso. O time de Freitas ganhou a competição, e seus integrantes receberam da empresa "vouchers" de diárias em spas como premiação.

Hoje, seis meses depois, o gerente recuperou 6 kg dos 10 kg perdidos -e não foi o único. Das cinco pessoas que integravam seu time, uma manteve o ponteiro da balança parado. Outras duas estão com mais quilos do que antes da competição, diz ele.

"Programas de manutenção [de peso] têm menos ênfase do que os de perda. Com o grupo, eu me policiava mais", afirma Freitas.

O gestor do programa, Rodrigo Bornhausen, explica que os funcionários do hospital podem fazer o acompanhamento pós-dieta no Centro de Atenção à Saúde do Colaborador, criado em 2007.

POUCO RESULTADO

Para o presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, Alberto Ogata, a maior parte dos programas de perda de peso nas companhias não tem efetividade.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Anderson Freitas, que perdeu 10 kg e voltou a engordar
Anderson Freitas, que perdeu 10 kg e voltou a engordar

"Pesquisas mostram que o resultado de programas corporativos, no médio prazo, em termos de perda de massa corpórea e de obesidade, é pífio", argumenta Ogata.

Marcio Mancini, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), afirma que premiar a perda de peso é "absurdo".

"Quem perde menos peso em um período determinado, muitas vezes, perde de forma mais consciente", destaca o especialista. Segundo Mancini, quem emagrece rapidamente é mais propenso a sofrer o efeito "sanfona", em que recupera quilos perdidos.

Para Heloisa Guarita, diretora da RG Nutri, que desenvolve programas corporativos de nutrição, o investimento das empresas é pontual.

"[Há] carência de investimento em pacotes destinados a ações contínuas", diz ela. Muitas empresas, complementa, querem "cumprir tabela" -apontar que realizaram programas de saúde.

ADAPTAÇÃO

As companhias também não estão preparadas para lidar com pessoas acima do peso, segundo especialistas.

"O mobiliário [corporativo] é feito para pessoas de constituição média", assinala Carlos Maurício Duque, ergonomista da DCA Ergonomia.

Segundo ele, o obeso fica "desconfortável" no posto de trabalho e tende a apresentar redução na produtividade.

 

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