Pós-graduação a distância cresce 60% em dois anos
CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO
O número de pós graduações "lato sensu" a distância subiu 60% no país de 2008 a 2010, segundo a Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância) e levantamento do MEC (Ministério da Educação) feito a pedido da Folha.
Até agosto deste ano, havia 51 instituições credenciadas para oferecer esses cursos. Em 2008, eram 32. "A menor regulação do MEC é um dos principais fatores do crescimento", diz Ricardo Holz, presidente da ABE-EAD (associação dos estudantes de ensino a distância).
A Universidade Aberta do Brasil, de acordo com o MEC, oferece o único curso a distância "strictu sensu" --que são cursos como mestrado e doutorado, por exemplo --do país, para professores de matemática.
A universidade agrega 90 instituições públicas para a oferta de cursos de EAD. O sistema UAB, cita Holz, recebeu nota 3 dos alunos, de um índice de 0 a 5, em pesquisa relativa a 2010. "As principais reclamações são sobre infraestrutura, atendimento e acesso a tecnologia."
SUBSÍDIO
As empresas que oferecem treinamentos a distância são mais propícias a subsidiar pós-graduação nessa modalidade para funcionários.
"Essa adesão [ao ensino a distância] depende muito da política de treinamento da instituição", explica Eleonora Jorge Ricardo, presidente da Anitec (Associação Nacional de Inovação, Trabalho e Educação Corporativa).
Alessandro Shinoda/Folhapress |
Por viajar muito a trabalho, Eduardo Maruo optou por fazer pós a distância na FGV, paga em parte pela empresa |
Segundo ela, quando a empresa entende a efetividade dos cursos a distância, a aceitação de funcionários graduados ou especializados por esse meio aumenta.
Para o analista de negócios Valter Sanches Gonçales Filho, 32, o fato de a empresa onde trabalha em São Paulo investir em treinamento a distância o ajudou a obter subsídio de cerca de 45% na mensalidade do MBA Executivo em Gestão de Negócios a distância que faz no Ibmec.
Sem tempo para cursar uma especialização presencial, a escolha pelo curso a distância, diz, "foi natural". "O custo e a flexibilidade me atraíram", afirma Filho.
O preço também pesou para Eduardo Seiji Maruo, 33, ao optar pelo MBA da FGV Online: "É quase metade do valor do curso presencial".
Maruo afirma não ter enfrentado dificuldades para conseguir subsídio de quase 50% da empresa. "Não houve objeção", conta.
Para Vladimir Valladares, diretor da V2 Consulting, obter o apoio da empresa independe da modalidade do curso. O mais importante, diz, é "verificar se agregará algo ao que ele [funcionário] faz".
A presença recente de instituições consideradas de primeira linha na modalidade EAD (ensino a distância) também reforça o argumento dos funcionários e os ajuda a conseguir subsídio, ressalta Eleonora, da Anitec.
CRESCIMENTO
Na FGV, há 14 MBAs a distância, implantados a partir de 2003. "Esses cursos incentivam a [ter] disciplina", frisa Stavros Xanthopoylos, diretor da FGV Online.
No Ibmec, são 17 MBAs e duas pós a distância, iniciados a partir de 2009 e destinados principalmente a empresas, afirma Patricia Alberton, gerente de educação a distância e "in company".
"O profissional [que escolhe EAD] quer a aplicação do [conhecimento] acadêmico à prática", diz. A Trevisan tem um curso de gestão aplicada ao esporte, lançado em 2010.
RESISTÊNCIA RONDA O MERCADO
A psicopedagoga Amanda Castanheira, 33, faz pós a distância na PUC (Pontifícia Universidade Católica) sobre ensino a distância. Mas ela sente certa "resistência em acreditar que [o EAD] funciona" por parte da chefia da escola onde trabalha.
"Na lei atual, o peso [entre os diplomas] é igual, mas ainda há discriminação", diz Eleonora, presidente da Anitec.
Números da Abed não confirmam isso: em 2008, 75% das empresas que praticavam educação corporativa disseram não fazer distinção entre futuros funcionários formados a distância ou presencialmente. O percentual subiu para 82% em 2009.
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