Busca por talentos continua, mesmo com desaquecimento da economia
CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO
O mercado de trabalho continuará aquecido, mesmo se o Brasil enfrentar cenários mais severos de desaceleração do crescimento econômico.
É o que dizem especialistas de recursos humanos e constata pesquisa realizada pela consultoria Manpower em relação à expectativa de contratações para o quarto trimestre de 2011.
O estudo, divulgado nesta semana, com 65 mil empregadores de 41 países, aponta que 44% dos empresários do país esperam contratar mais até o final do ano e apenas 6% esperam uma queda. Os outros 50% não acreditam em mudanças.
Além do fator sazonal --o fim de ano é um período de fortes contratações por conta das festas--, Riccardo Barberis, gerente da consultoria no Brasil, afirma que mesmo se uma crise impactar a atividade econômica, o mercado continuará aquecido.
"O crescimento do mercado formal tem consistência sólida, e a guerra de atrair e reter talentos é de médio e longo prazo", afirma.
Barberis ainda ressalta que, considerando o cenário externo, o Brasil "continua sendo preferência entre os investidores" --mais um motivo para que as oportunidades de trabalho continuem em alta.
A situação ainda é reforçada pela falta de profissionais capacitados, afirma Patrícia Epperlein, sócia-presidente da Mariaca, de consultoria.
"Você acaba contratando profissionais [capacitados] a um valor acima do mercado, e também aqueles que estão aquém daquilo que a empresa precisa", afirma.
RETENÇÃO
Mesmo receosa diante de um cenário de inflação ainda alta, a Tlantic, especializada em tecnologia do varejo, está reforçando seus programas de retenção de talentos.
Em momentos de vendas baixas, a empresa aproveita para "criar coisas novas", afirma Patrícia Borges Fernandes, 37, gerente administrativa da empresa. "Em momentos de crise, reforçamos a política de benefícios", conta.
Agora, os funcionários podem escolher que tipos de plano querem na sua cesta de benefícios. Fernandes conta que o quadro da empresa está completo, mas diz que não deixa de "olhar o mercado para trazer bons profissionais".
RETORNO
Recuperar aqueles que saíram da empresa também é comum. Fábio Cristiano da Silva, 30, gerente da área de desenvolvimento web da companhia, buscou outras oportunidades em 2007, "para ter outro tipo de experiência", diz.
No mês passado retornou à empresa, atraído pela "possibilidade de ter um espaço maior e mais livre".
"As empresas ainda estão contratando e não colocarão o pé no freio tão cedo", afirma Marshal Raffa, diretor-executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos.
Para ele, as empresas não têm alternativas e "devem continuar a investir em retenção dos profissionais". "Com certeza o mercado continuará aquecido, mesmo se houver uma crise."
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