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02/10/2011 - 07h30

Globalização e inovação são desafios de líderes do futuro

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Formar líderes para as próximas duas décadas deve ser objeto de ação imediata das organizações. É o que mostra estudo feito em agosto pela consultoria internacional Hay Group em parceria com a empresa de pesquisa Z Punkt em 48 países -incluindo o Brasil- e obtido com exclusividade pela Folha.

Globalização, alteração climática, avanço da internet, individualismo, escassez de talentos e interação entre tecnologias são os seis principais desafios que os líderes terão de enfrentar até 2030, afirma Rolando Pelliccia, diretor da consultoria.

No Brasil, analisa o executivo, o cenário será marcado pela maior disputa por talentos, que exigirá dos futuros líderes "capacidade de manobra para lidar com profissionais de outros países e busca constante por inovação".

Alexandre Rezende/Folhapress
Paul Fama, vice-presidente da GE, na sede da empresa em SP
Paul Fama, vice-presidente da GE, na sede da empresa em SP

Preparar-se para suprir essa demanda, reitera, deve fazer parte dos planos das companhias. "Capacitar um líder leva tempo, e o impacto das mudanças pode afetar a produtividade das empresas a partir de agora", explica.

Formar gestores dentro da própria organização e buscar talentos espalhados no mercado são planos da GE, das áreas de infraestrutura, finanças e mídia, para suprir a demanda por executivos e preparar-se para as mudanças das próximas décadas.

"A dificuldade é não só formar e encontrar bons profissionais no mercado mas oferecer a remuneração que eles merecem", diz Paul Fama, 50, vice-presidente da multinacional na América Latina.

O executivo mudou-se para o Brasil em junho para conhecer os desafios do país e aprimorar os projetos de liderança da multinacional.

Lidar com o próprio individualismo será um dos principais deveres do líder do futuro, na avaliação de 6 dos 10 líderes de multinacionais consultados pela Folha.

Os jovens, principalmente os da geração Y (nascidos de 1978 a 2000), querem ser atendidos de forma individual e, por vezes, sentem-se insatisfeitos com a empresa, avalia Maurício Rossi, 43, diretor de recursos humanos da farmacêutica Roche Diagnóstica.

"O tempo da empresa nem sempre é o tempo dos jovens profissionais, e esse desequilíbrio deve ser resolvido [antes de uma promoção]", diz.Com perfil imediatista, eles têm ambição de crescer -mesmo sem preparação.

Para Eliane Aere, 46, diretora de RH da Ticket, da área de benefícios corporativos, o individualismo pode tornar-se problema no futuro se as pessoas não criarem vínculo com a organização.

"Com a diversidade de trabalhadores, o gestor tem a obrigação de passar a cultura da companhia e de mostrar que concorda com ela."

O amadurecimento dos jovens, que serão os líderes das próximas décadas, pondera Aere, pode amenizar o problema. "Capacitar os funcionários de hoje significa ter gestores preparados no futuro", considera a diretora.

As práticas já implementadas por organizações, como o "job rotation" (rodízio de funções) e o envio de talentos ao exterior, aceleram a evolução dos jovens, segundo Patrícia Molino, sócia de gestão da consultoria KPMG.

"O ideal é que as empresas misturem as gerações para se beneficiarem da diversidade."

Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress
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