Viver em edifícios com obras de arte em SP custa a partir de R$ 900 por mês

O custo de morar em um edifício modernista, com áreas projetadas para receber obras de arte, não costuma ser maior do que o de seus vizinhos de mesmo padrão.

No edifício Montreal, na avenida Ipiranga (centro de SP), painéis de Di Cavalcanti decoram as áreas internas. O aluguel de uma de suas quitinetes, de 38 m², não saem por mais de R$ 900. E os apartamentos à venda valem a partir de R$ 90 mil - ou seja, o preço médio do metro quadrado sai por cerca de R$ 2.300.

Gabo Morales/Folhapress

Mosaico de Bramante Buffoni, instalado no edifício Nobel; clique na imagem e veja outras obras em edifícios de SP

Além da escultura assinada por Domenico Calabrone na fachada do prédio, o edifício Diana também possui desenhos feitos por Pietro Maria Bardi no hall de entrada. Os apartamentos de 140 metros quadrados e dois ou três quartos do edifício de Higienópolis (centro de SP) custam em torno de R$ 900 mil, segundo a imobiliária Mello Imóveis.

Localizado na esquina da avenida Paulista com a Brigadeiro Luis Antônio, na Bela Vista (centro), o edifício Nações Unidas possui um mural do artista Clóvis Graciano. O aluguel de um apartamento de dois dormitórios e 100 m² sai por R$ 2.200.

CONDOMÍNIOS

Nos edifícios visitados pela Folha, moradores e síndicos contam que os custos de conservação das obras não pesam no valor mensal dos condomínios.

Herança da arquitetura modernista, painéis usados na entrada de edifícios são fáceis de limpar sem trazer risco à conservação, afirma a síndica Graziela Palley. Um exemplo é o painel de Bramante Buffoni no prédio Nobel, em Higienópolis.

"Como ela fica recuada, sob o edifício, dificilmente toma chuva. A gente só limpa a poluição, mesmo", explica.

A exceção é o edifício Arte Arquitetura Itaim, na zona sul de São Paulo. Ali há uma a escultura dos irmãos Campana, formada por uma estrutura de dezenas de metros de barras de aço.

Os R$ 18 mil anuais que o condomínio paga para uma empresa especializada nesse tipo de limpeza se traduzem em uma despesa de apenas R$ 30 mensais por apartamento, segundo a síndica Flávia Neves. "Os moradores veem a escultura como uma forma de valorizar o imóvel", afirma.