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23/11/2011 - 07h05

Autor de edifícios-símbolo de SP, escritório de arquitetura comemora 50 anos

ANA PAULA CAMPOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Edificações que identificam a cidade de São Paulo como centro financeiro do país estão entre as obras do escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini, que completará 50 anos no próximo ano.

O conjunto da obra, que inclui os bancos Sudameris (1983) e o Citicorp Center (1986), localizados na avenida Paulista, foi consolidado no livro "A Arquitetura de Croce, Aflalo e Gasperini", lançado pela editora Paralaxe.

Arquivo/Folhapress
A Passarela Viaduto do Chá (1969) foi projetada em forma de X para não prejudicar visualmente o Viaduto do Chá
A Passarela Viaduto do Chá (1969) foi projetada em forma de X para não prejudicar visualmente o Viaduto do Chá

O escritório também foi responsável pelo edifício-sede da IBM Brasil, pela passarela do Viaduto do Chá e pela casa de shows Credicard Hall.

Em atividade desde 1962, o escritório fundado pelos arquitetos Plinio Croce (1921 - 1984), Roberto Aflalo (1926 - 1992) e Gian Carlo Gasperini ajudou a consolidar a arquitetura moderna na cidade de São Paulo.

Nesse sentido, o Shopping Center Iguatemi, inaugurado em 1966, é um marco do período de descentralização pelo qual a cidade de São Paulo passava no início da década de 1960.

"Trata-se do primeiro grande centro de compras da cidade e ajudou a fortalecer o crescimento urbano em direção ao eixo sudoeste", afirma Fernando Serapião, autor do livro.

Atualmente, a fachada do shopping foi descaracterizada, mas o interior mantém o vazio central e as rampas do desenho original.

Aos 85 anos, Gasperini é o único remanescente da primeira formação e, desde 1987, trabalha ao lado dos sócios Roberto Aflalo Filho e Luiz Felipe Aflalo Herman, filho e sobrinho de Aflalo.

'MENOS É MAIS'
As regras modernistas de linhas simples, economia de materiais e poucos ornamentos delimitam o perfil dos projetos de Croce, Aflalo e Gasperini.

Manter o conhecimento tecnológico da arquitetura sempre atualizado é a principal postura do escritório, segundo Gasperini. "O estímulo é inovar com as tecnologias atuais, sem cair em modismos banais", acredita.

E foram os modismos que o levaram a rejeitar o modernismo na década de 1980.

"Foi um gesto de revolta diante das delirantes manifestações de uma péssima arquitetura em vigor", justifica. Segundo a declaração do arquiteto no livro de Serapião, o modernismo começou a se tornar repetitivo, com fachadas de vidro sem expressão e exageros de inserção do concreto aparente.

A saída foi renovar os princípios racionalistas do modernismo, e a mais evidente inovação foi a introdução de novas técnicas no uso da grelha.

INFLUÊNCIAS

A arquitetura orgânica, cuja principal referência foi o norte-americano Frank Lloyd Wright, privilegia a funcionalidade interna das construções, sem abrir mão da beleza.

Tal contraponto ao rebuscamento neoclássico era uma preferência de Croce, Aflalo e Gasperini.

"Os edifícios devem ser projetados de dentro para fora, levando em conta as necessidades dos usuários, e nãoser apenas uma escultura na paisagem urbana", transcreve Serapião a opinião de Aflalo sobre a arquitetura orgânica.

Ainda no livro, Serapião destaca a influência do racionalismo e da regularidade do arquiteto alemão Mies van der Rohe, que dirigiu a escola Bauhaus.

Gasperini inclui também "a vivência intensa com colegas paulistas, como Miguel Forte, Salvador Cândia, Rino Levi, com quem compartilhavam as mesmas ideias e preocupações".

Da escola carioca, em que figuravam Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Sérgio Bernardes, Gasperini aponta Affonso Eduardo Reidy como a principal influência, devido a seus espaços livres, volumes abertos e rigor na organização espacial.

 

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