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28/01/2012 - 07h00

Exposição discute influência dos imigrantes na arquitetura paulistana

DE SÃO PAULO

A arquitetura de São Paulo já foi assunto de várias exposições. Aberta até o dia 12 de fevereiro, a mostra "O Espaço e o Estrangeiro na Cidade de São Paulo - Exílio e Modernidade" revê o tema sob uma nova ótica. Ela discute o legado deixado por imigrantes europeus na capital paulista, sobretudo a partir dos anos 1930.

Por meio de documentos, livros, revistas, móveis e fotografias, histórias de arquitetos como Lina Bo Bardi, Jaques Pilon e Adolf Frans Heep expõem a influência desses estrangeiros na cultura modernista que marcou a cidade.

"Mais do que a arquitetura em si, a vinda desses estrangeiros consolidou uma cultura moderna associadas à fotografia, ao design e às artes plásticas", afirma Anat Falbel, curadora da exposição e professora da Universidade de Campinas.

A maioria veio da Itália, Polônia e Alemanha, países em turbulência devido ao nazi-fascismo. "Usamos o navio como símbolo da exposição; além de ser uma máquina, tema do modernismo, ele serviu como travessia para esses imigrantes", explica Falbel.

VARGAS
A simpatia do regime de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945, com o nazismo atrapalhou a vida desses estrangeiros, muitos deles judeus, principalmente no exercício da sua profissão.

O arquiteto alemão Adolf Franz Heep, por exemplo, trabalhou por anos sem conseguir o seu registro no conselho de engenharia e arquitetura, o Crea, sendo obrigado a trabalhar sempre em parceria com um profissional registrado.

O nacionalismo incentivado pelo então presidente Getúlio Vargas tentou recontar a história, desconsiderando a influência desses profissionais. "O nacionalismo modernista considerava aqueles poloneses, italianos e alemães apátridas".

A curadora critica a posição de arquitetos como Lúcio Castro, que organizaram um ideário que estabelecia relações entre Aleijadinho e Oscar Niemeyer que, segundo Falbel, desconsiderava a influência desses imigrantes.

"A história foi recontada de uma maneira que, nos anos 80, as faculdades adotavam essa visão, que é equivocada", defende Falbel.

O Centro de Cultura Judaica, que recebe a exposição, organiza visitas guiadas por instrutores, com um mínimo de cinco pessoas. Elas podem ser feitas de terças à sextas, às 9h30, 14h30 e 16h30 e nos sábados e domingos às 14h30. É preciso agendar com antecedência.

SERVIÇO
"O Espaço e o Estrangeiro na Cidade de São Paulo - Exílio e Modernidade"
QUANDO: até 12 de fevereiro
ONDE: Centro da Cultura Judaica, na rua Oscar Freire, 2.500, Pinheiros (próximo à estação Sumaré do metrô)
QUANTO: Entrada gratuita
MAIS INFORMAÇÕES: www.culturajudaica.org.br ou pelo telefone 0/xx/11/3065-4333

 

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