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13/03/2012 - 07h00

Casa de contêiner custa entre R$ 1.100 e R$ 3.000 por metro quadrado

CAMILA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A cidade de Balsa Nova (PR), a 50 km de Curitiba e próxima do rio (não do mar), foi o lugar escolhido pela professora de ioga Domicela Stanczyk para montar sua casa feita de contêiner --uma tendência que está engatinhando no Brasil e que vem sendo cada vez mais explorada por empresas de regiões portuárias no país.

A professora teve a ideia há um ano durante uma viagem, quando passava por uma estrada entre as cidades de Las Vegas, que fica em meio ao deserto, e San Francisco, nos Estados Unidos, onde é encontrada uma maior quantidade de casas desse tipo.

A residência de Domicela tem 30 m² e foi feita a partir de um único contêiner marítimo de 40 pés. Segundo ela, a casa custou R$ 65 mil, incluindo as mobílias de sala, cozinha, quartos e banheiros, e levou 60 dias para ser erguida. "É uma construção limpa e rápida".

Divulgação
Casa Contêiner no Paraná
Casa feita de contêiner no Paraná; tendência vem sendo explorada por empresas em regiões portuárias do país

ESTRUTURA

O empresário Shemuel Shoel, do grupo IRS, conta que cerca de 70% da casa é montada dentro da empresa e 30% no terreno do cliente. "A gente faz a instalação hidráulica e elétrica no nosso pátio, antes da entrega. Quando chegamos ao terreno, há pouco a ser feito. É parecido com um bloco de montar".

Ele conta que os contêineres são transportados por caminhão, e as instalações ficam ocultas em paredes de dry-wall ou outros materiais de revestimento, e que é possível construir sobrados e fazer varandas com esse material.

A construção de uma residência varia de R$ 1.100 e R$ 3.000 por metro quadrado e o projeto arquitetônico custa, em média, R$ 65 por m². Por não ser necessário fazer fundações do mesmo tipo das casas de alvenaria, essas moradias custam de 20% a 30% menos que uma casa de tijolos e cimento.

DIVERSIDADE

A arquiteta Lívia Ferraro explica que há pelo menos dois tipos de contêineres usados na montagem de casas. O primeiro é o container marítimo mais comum, feito de aço corten, muito resistente à corrosão. Nesse caso, é necessário fazer um isolamento térmico e acústico para que haja conforto equivalente ao de uma casa comum. Normalmente, usa-se uma tinta especial externa, que reduz a absorção do calor, e materiais como lã de vidro e similares para manter a temperatura interna.

O segundo tipo de contêiner citado por Lívia é o "reefer", que tem um isolamento original de poliuretano e é usado para transporte de carga congelada. "É o dobro do preço do outro, mas oferece melhor custo-benefício", compara.

CONFORTO

Há outros fatores que influenciam no conforto da casa. Danilo Corbas, arquiteto que projetou a casa de Domicela e sua própria morada feita de contêiner em plena Granja Viana, na zona oeste da capital paulista, explica que, antes dos isolantes térmicos, deve-se dar importância ao posicionamento dos cômodos em relação ao sol, regime de ventos e ventilação cruzada --e presença de árvores e vegetação.

Foi o caso da casa de Domicela. "Não quis ter ar condicionado. Meu interesse era ter uma casa de campo, com contato com a natureza. Por isso, não quis nada artificial".

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Sala da casa contêiner da professora de ioga Domicela Stanczyk, em Balsa Nova (PR)
Sala da casa contêiner da professora de ioga Domicela Stanczyk, em Balsa Nova (PR), a 50 km de Curitiba

Há diversas opções de revestimentos internos e externos. "Quem não gosta da estética industrial do contêiner procura técnicas construtivas propondo revestimentos que escondam aquele aspecto ondulado", diz Corbas.

PERFIL

Segundo Corbas, o perfil dos moradores desse tipo de casa são pessoas que têm condições de consumir um design diferenciado. "Fotógrafos, publicitários, alguns jornalistas, artistas plásticos e pessoas interessadas em sustentabilidade", enumera. Há ainda quem está mais interessado na economia que esse tipo de construção pode gerar.

Assim como a professora de ioga, grande parte das casas de contêiners são projetos construídos para veraneio, na praia ou no campo, segundo Shoel. "A média dos nossos projetos (para uso residencial) varia entre 120 m² e 150 m²". Ele conta que há projetos no interior de São Paulo, Goiânia e Rio de Janeiro.

 

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