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19/04/2012 - 13h46

Madeira e metal são destaques nas cozinhas

VERA GUIMARÃES MARTINS
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO

TENDÊNCIAS DA 19ª EUROCUCINA
A corian, resina lançada há alguns anos pela Dupont, continua reinando, fazendo aquelas cozinhas lisas, brilhantes, assépticas. Impressionantes, em suma. Cores festivas até aparecem, mas não chegam a dar o tom. Mas, numa escolha arbritária e subjetiva (como qualquer escolha), o melhor dos 27 mil m² de exposição são as cozinhas que aquecem os olhos (sem trocadinho), feitas em madeira ou metal escurecido, com tons terrosos e muita textura, como as propostas da italiana Minacciolo ou da francesa Le Cornue. Passam aquela sensação de calor, conforto e aconchego que faz a delícia de uma cozinha.

Veja alguns destaques da Eurocucina

ARDE SEM DOER
Mas a vedete da Eurocucina foram novas versões dos fogões por indução magnética, apresentadas na FTK, evento paralelo de tecnologia para cozinhas, onde imperam empresas alemãs como Siemens e Bosch ou a sueca Eletrolux. A demonstração do funcionamento das placas negras e totalmente limpas, sem controles aparentes ou indicação de queimadores atraía plateia constante e embasbacada. Os controles aparecem com um toque. A panela, que deve ser de ferro ou de alguma liga que contenha o metal para acionar o mecanismo de cocção, pode ser colocada em qualquer lugar da placa. Pode-se programar cozimentos simultâneos com tempo e temperatura diferentes. E o melhor: como aquece somente a panela, não traz o risco de queimaduras, como acontecia com os primeiros fogões de vitrocerâmica do tipo cooktop.

COZINHA FRANCESA
La Cornue é uma empresa francesa que fabrica cozinhas para poucos e ricos. Existe desde 1908, sempre nas mãos da mesma família, agora na terceira geração. É um processo demorado: uma cozinha leva 60 dias só para ser produzida, fora o tempo de entrega. O catálogo normal oferece 30 cores, mas podem fabricar em qualquer outra que o cliente cismar de querer. Simples: quem compra uma cozinha La Cornue pode pagar por esse privilégio --e paga, diz Marie-Jo Cocquet, gerente de negócios para as Américas, Espanha e Portugal. Valores, veja bem, só com o projeto pronto. A boa notícia (para quem pode) é que, provavelmente a partir de setembro, chegará também ao Brasil, representada pela Crie Alpendre, na Al. Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo.

Divulgação
Peça da francesa Le Cornue, que vai ganhar representante no Brasil (Crédito: Divulgação)
Peça da empresa francesa Le Cornue, que vai ganhar representante no Brasil a partir de setembro

COZINHA ESPANHOLA
"Não se veem muitos brasileiros por aqui (no estande)", lamenta o representante da espanhola Santos. "Fazemos muitos negócios com a Rússia, com países da Ásia, mas não com o Brasil. Por quê, o Brasil está forte, não está?" A repórter responde que sim, "pero no mucho", não estamos com essa bola toda --a Europa é que enfraqueceu. Ele concorda, mas insiste que os preços das cozinhas italianas e espanholas são muito competitivos e que ausência brasileira não faz sentido.

PAPO DE COZINHA
Competitivos até podem ser à primeira vista os produtos de cozinha, considerando os preços abusivos praticados no Brasil. O problema é que quaisquer desses produtos chegariam ao país com os preços na estratosfera --qualquer preço nosso, aliás, já está bem perto disso.

Rita, brasileira emigrada há dez anos, conta que em Berlim se compra uma cozinha completa por 6 mil euros (cerca de R$ 14.820) --e completa significa que já vem com pedra de mármore, pia e máquina de lavar louça embutida. Quem já passou pela popular rede de lojas Ikea, ou viu suas ofertas em revistas europeias, sabe que isso é verdade.

Mas a realidade brasileira é outra, argumenta Luciana, dona de marcenaria em Perdizes, que está no salão para aferir as tendências. Em São Paulo, uma cozinha básica de boa qualidade (esqueça a pia, a pedra, a máquina) não sairia por menos de R$ 20 mil, diz.

A marcenaria de um apartamento novo costuma custar cerca de 30% do preço do imóvel, o que dá a bagatela de R$ 120 mil em um imóvel de R$ 400 mil. Ferragens importadas de qualidade, responsáveis por maxigavetas que deslizam suavemente e portas que abrem a um simples toque, são responsáveis por boa parte dos custos.

Pode-se pagar mais barato, claro, mas corre-se o risco de micar com gavetas que não fecham direito, portas que rangem com encaixe sofrível ou, pesadelo frequente, ter que entrar na casa nova sem armários instalados, porque o marceneiro mais em conta fez de conta que podia cumprir prazos. O despreparo da mão de obra no país é uma tragédia conhecida.

Custo Brasil é (tudo) isso.

Emerson Perez/Folhapress
Lustre de caçarolas, outra ideia bem sacada da Minacciolo na Eurocucina
Lustre de caçarolas, outra ideia bem sacada da Minacciolo na Eurocucina, parte do salão dedicada a cozinhas
 

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