Madeira e metal são destaques nas cozinhas
VERA GUIMARÃES MARTINS
ENVIADA ESPECIAL A MILÃO
TENDÊNCIAS DA 19ª EUROCUCINA
A corian, resina lançada há alguns anos pela Dupont, continua reinando, fazendo aquelas cozinhas lisas, brilhantes, assépticas. Impressionantes, em suma. Cores festivas até aparecem, mas não chegam a dar o tom. Mas, numa escolha arbritária e subjetiva (como qualquer escolha), o melhor dos 27 mil m² de exposição são as cozinhas que aquecem os olhos (sem trocadinho), feitas em madeira ou metal escurecido, com tons terrosos e muita textura, como as propostas da italiana Minacciolo ou da francesa Le Cornue. Passam aquela sensação de calor, conforto e aconchego que faz a delícia de uma cozinha.
Veja alguns destaques da Eurocucina
ARDE SEM DOER
Mas a vedete da Eurocucina foram novas versões dos fogões por indução magnética, apresentadas na FTK, evento paralelo de tecnologia para cozinhas, onde imperam empresas alemãs como Siemens e Bosch ou a sueca Eletrolux. A demonstração do funcionamento das placas negras e totalmente limpas, sem controles aparentes ou indicação de queimadores atraía plateia constante e embasbacada. Os controles aparecem com um toque. A panela, que deve ser de ferro ou de alguma liga que contenha o metal para acionar o mecanismo de cocção, pode ser colocada em qualquer lugar da placa. Pode-se programar cozimentos simultâneos com tempo e temperatura diferentes. E o melhor: como aquece somente a panela, não traz o risco de queimaduras, como acontecia com os primeiros fogões de vitrocerâmica do tipo cooktop.
COZINHA FRANCESA
La Cornue é uma empresa francesa que fabrica cozinhas para poucos e ricos. Existe desde 1908, sempre nas mãos da mesma família, agora na terceira geração. É um processo demorado: uma cozinha leva 60 dias só para ser produzida, fora o tempo de entrega. O catálogo normal oferece 30 cores, mas podem fabricar em qualquer outra que o cliente cismar de querer. Simples: quem compra uma cozinha La Cornue pode pagar por esse privilégio --e paga, diz Marie-Jo Cocquet, gerente de negócios para as Américas, Espanha e Portugal. Valores, veja bem, só com o projeto pronto. A boa notícia (para quem pode) é que, provavelmente a partir de setembro, chegará também ao Brasil, representada pela Crie Alpendre, na Al. Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo.
Divulgação | ||
Peça da empresa francesa Le Cornue, que vai ganhar representante no Brasil a partir de setembro |
COZINHA ESPANHOLA
"Não se veem muitos brasileiros por aqui (no estande)", lamenta o representante da espanhola Santos. "Fazemos muitos negócios com a Rússia, com países da Ásia, mas não com o Brasil. Por quê, o Brasil está forte, não está?" A repórter responde que sim, "pero no mucho", não estamos com essa bola toda --a Europa é que enfraqueceu. Ele concorda, mas insiste que os preços das cozinhas italianas e espanholas são muito competitivos e que ausência brasileira não faz sentido.
PAPO DE COZINHA
Competitivos até podem ser à primeira vista os produtos de cozinha, considerando os preços abusivos praticados no Brasil. O problema é que quaisquer desses produtos chegariam ao país com os preços na estratosfera --qualquer preço nosso, aliás, já está bem perto disso.
Rita, brasileira emigrada há dez anos, conta que em Berlim se compra uma cozinha completa por 6 mil euros (cerca de R$ 14.820) --e completa significa que já vem com pedra de mármore, pia e máquina de lavar louça embutida. Quem já passou pela popular rede de lojas Ikea, ou viu suas ofertas em revistas europeias, sabe que isso é verdade.
Mas a realidade brasileira é outra, argumenta Luciana, dona de marcenaria em Perdizes, que está no salão para aferir as tendências. Em São Paulo, uma cozinha básica de boa qualidade (esqueça a pia, a pedra, a máquina) não sairia por menos de R$ 20 mil, diz.
A marcenaria de um apartamento novo costuma custar cerca de 30% do preço do imóvel, o que dá a bagatela de R$ 120 mil em um imóvel de R$ 400 mil. Ferragens importadas de qualidade, responsáveis por maxigavetas que deslizam suavemente e portas que abrem a um simples toque, são responsáveis por boa parte dos custos.
Pode-se pagar mais barato, claro, mas corre-se o risco de micar com gavetas que não fecham direito, portas que rangem com encaixe sofrível ou, pesadelo frequente, ter que entrar na casa nova sem armários instalados, porque o marceneiro mais em conta fez de conta que podia cumprir prazos. O despreparo da mão de obra no país é uma tragédia conhecida.
Custo Brasil é (tudo) isso.
Emerson Perez/Folhapress | ||
Lustre de caçarolas, outra ideia bem sacada da Minacciolo na Eurocucina, parte do salão dedicada a cozinhas |
Livraria
- Designer dá dicas de baixo custo para decorar e revitalizar a casa; leia entrevista
- Com "Terapia do Apartamento", transforme seu lar em oito semanas
- "Limpe e Arrume a Sua Casa" sem muito esforço de forma prática e duradoura
- Coleção de idiomas "15 Minutos" ganha desconto de 30%
- Dicionário Houaiss de R$ 269,00 por R$ 180,30; economize 30%!
- Concorra ao "Guia Politicamente Incorreto da Filosofia"
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade