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29/07/2012 - 06h05

Taxas mais baixas estimulam financiamento no exterior, mas câmbio exige atenção

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Brasileiros têm ido às compras no exterior e incluem na bagagem até um apartamento financiado

Segundo pesquisa da NAR (Associação Nacional de Corretores, na sigla em inglês), publicada em junho, brasileiros compraram 12% das residências vendidas a estrangeiros em Miami até outubro do ano passado --só venezuelanos adquiriram mais (15%). O número diz respeito ao total de vendas, sem determinar o tipo de transação.

Fabiano Silva/Folhapress
Jailson Pereira, 42, que financiou um dos dois imóveis que comprou em Miami neste ano
O advogado catarinense Jailson Pereira, 42, que financiou um dos dois imóveis que comprou em Miami neste ano

Mesmo com a recuperação dos preços no mercado americano, em maio o índice que mede o valor médio de uma residência nos EUA ainda era 17% mais baixo que o registrado em abril de 2007. Os dados são da FHFA (Agência Federal de Financiamento Imobiliário, na tradução do inglês) e se referem a vendas com financiamento.

Uma alternativa para quem quer aproveitar os preços mais baixos e não tem todo o dinheiro à vista é financiar o imóvel. "As taxas são menores do que as brasileiras", aponta Leo Ickowicz, proprietário da Elite International Realty, empresa especializada na venda de imóveis na Flórida.

Mas é preciso muito cuidado com a variação cambial. Além disso, o comprador deve entender muito bem as regras de financiamento em cada país e checar atentamente quais são as condições de pagamento.

VARIAÇÃO CAMBIAL

Pesquisar os preços dos imóveis é item básico para qualquer futuro comprador.

No caso de quem planeja financiar uma residência no exterior, é fundamental levar outro fator em consideração: a variação cambial.

Ariany Pedroso, corretora de imóveis da Vitoria Realty, lembra que, se a cotação do dólar subir em relação à moeda brasileira, quem financiou desembolsará um valor maior em reais.

Uma parcela de US$ 2.500 no início de agosto do ano passado correspondia a quase R$ 3.900 --hoje (27/7) vale mais de R$ 5 mil. Somente em 2012, o dólar se valorizou cerca de 8% em relação ao real.

A variação cambial, contudo, não assustou o advogado catarinense Jailson Pereira, 42, que financiou um dos dois imóveis que comprou em Miami neste ano pensando em lucrar mais à frente.

"Invisto acreditando na valorização dos imóveis, o que já está acontecendo."

Em maio, o preço dos imóveis residenciais nos EUA subiu 3,7% ante o mesmo mês em 2011, segundo a agência reguladora americana FHFA.

Leo Ickowicz, da Elite International Realty, aponta uma prática usada por quem busca se precaver: "Há quem alugue o imóvel. Assim, o que a pessoa recebe em dólar serve para pagar as parcelas".

Já Ernani Assis, presidente e CEO das operações brasileira e uruguaia da Century 21, aconselha: "Não arriscaria meu dinheiro num financiamento se posso pagar à vista".

O analista de sistemas Silvio Almeida Oliveira, 40, comprou um apartamento no centro financeiro de Miami no ano passado, mas achou o processo burocrático. "Quem me assessorou nos EUA não conhecia a documentação brasileira."

Ele aluga o imóvel para pagar as parcelas. "Depois vou usar para passeio," diz.

José Carlos Mendes, diretor-executivo da Espírito Santo Serviços Financeiros, recomenda contratar um advogado especializado para analisar a documentação com o banco estrangeiro.

O presidente da Re/Max Brasil, Renato Teixeira, sugere buscar orientação com corretores que trabalhem com venda de imóveis no exterior.

Editoria de arte/Folhapress
 

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