Usados têm mais espaço e menos lazer
CARLOS ARTHUR FRANÇA
DE SÃO PAULO
A decisão entre a compra de um usado ou de um imóvel na planta não é apenas financeira. É importante definir quais são as necessidades dos futuros moradores.
Se a preferência é por espaço, unidades com 20 anos ou mais são recomendadas, afirma Paola Alambert, diretora da Abyara.
O DJ Alex D'Toledo, 30, comprou um usado de 100 m² na Santa Cecília (centro). No mesmo bairro, os novos de dois quartos têm, em média, 60 m² -área 40% menor.
"Sempre quis morar no centro e nunca gostei de lugar apertado. Quando visitei [o imóvel], achei perfeito."
Adriano Vizoni/Folhapress |
O DJ Alex D'Toledo esperou por oito meses de reforma para morar em seu apartamento na Santa Cecília (centro de SP) |
Em bairros adensados e com maior oferta de usados, como os Jardins (zona oeste), a escolha pelos antigos significa estar perto de uma variedade de serviços que os lançamentos não possuem, explica o diretor da imobiliária Pronto! Lucas Penteado.
Um condomínio residencial novo, no entanto, oferece opções de lazer que os prédios mais velhos não trazem.
"Os novos têm mais vagas de garagem, varandas enormes e academias", lista Fernando Sita, diretor comercial da Coelho da Fonseca.
PRAZO
Outro fator importante para a decisão é o tempo que a pessoa pode esperar pela entrega das chaves.
Ao contrário de uma unidade comprada na planta, uma habitação usada -e conservada- pode receber novos moradores imediatamente.
"Se você compra novo, sempre tem coisas para fazer. No mínimo, tem um piso para colocar", explica Roseli Hernandes, diretora da imobiliária Lello.
Se o usado precisar de reparos, ainda poderá ser uma oportunidade para o comprador pechinchar, indica o presidente do Creci-SP (conselho de corretores), José Augusto Viana Neto.
NEGOCIAÇÃO
"No usado, o proprietário muitas vezes tem mais interesse na liquidez [velocidade de venda] do que no preço mais alto", afirma.
A economia, no entanto, pode ser gasta nas reformas e no aluguel durante a espera. Os gastos no apartamento de D'Toledo chegaram a 20% do valor de compra.
Foram trocados os pisos e as instalações elétrica e hidráulica, e algumas paredes foram quebradas. A reforma durou oito meses.
"Não esperava gastar tanto tempo e tanto dinheiro, mas valeu a pena", considera. Um ano e meio após a obra, o DJ pediu uma avaliação de preço do dois-dormitórios: comprado por R$ 150 mil, vale hoje R$ 350 mil.
editoria de arte/folhapress | ||
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