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20/11/2011 - 07h59

Natal exige margem de perda maior

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

A pouco mais de um mês para o Natal, donos de lojas virtuais preparam estoque para faturar mais. Ao mesmo tempo, calculam aumento no prejuízo devido a fraudes.

A conta deve mesmo ser proporcional: quanto mais alto o faturamento, maior a expectativa de perda, orienta Renato Blum, presidente do Conselho de Segurança da Informação da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

"Os fraudadores aproveitam o crescimento de vendas [do fim de ano] para se camuflarem entre as transações feitas e não serem identificados com facilidade", alerta.

Gabo Morales/Folhapress
Rafael Deieno Júnior, dono do portal Casa das Calcinhas, em SP
Rafael Deieno Júnior, dono do portal Casa das Calcinhas

Ciente dos riscos elevados durante a época de Natal, Rubens Branchini, 36, proprietário do portal Eletrônica Santana, aumentará a margem de perda de 1,5% em novembro para 2% do faturamento mensal em dezembro.

Além disso, o empresário intensificou o treinamento da equipe de analistas de segurança digital. "Quero ter um fim de ano tranquilo e começar 2012 com pequeno índice de prejuízo", planeja.

Com o mesmo objetivo de Branchini, o empresário Rafael Deieno Júnior, 44, dono do portal Casa das Calcinhas, contratou plano de segurança virtual, que cobre prejuízos por fraude.

A proteção também inclui envio do contrato de compra aos clientes por fax. "Peço a eles que me devolvam o papel assinado para exigir o pagamento ao banco caso eu seja vítima de fraude", diz ele, que tem R$ 150 de tíquete médio e índice de perda inferior a 1% do faturamento.

Para Blum, da Fecomercio, empresários de todos os setores devem se assegurar contra riscos de fraude no Natal, como faz Deieno Júnior. "Até produtos com baixo potencial de revenda, como lingeries e livros, são alvos de desvio. O fraudador também dá presentes de Natal."

JUSTIÇA

Nem sempre empresários fraudados ficam no prejuízo -compras de alto valor podem ser reavidas na Justiça.

Se tiver toda a documentação da venda e rastrear a origem do pedido, o lojista poderá entrar com processo de busca e apreensão dos produtos comercializados, explica o advogado Leandro Bissoli, especialista em direito digital e vice-presidente do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados.

O empreendedor, no entanto, deverá estar disposto a esperar se quiser ver o desfecho do caso. "O processo pode levar de meses a anos e não ser resolvido, o que é inviável [financeiramente] para lojas de pequeno porte."

Dono de um portal de venda de eletrônicos, o empresário G.F., que pediu para não ser identificado, está com processo aberto desde o ano passado contra um cliente que comprou uma televisão de R$ 2.000 e bloqueou a transação no banco, alegando não ter feito a compra.

Apesar dos gastos com os honorários do advogado e da lentidão para a conclusão do processo, o empreendedor afirma não se arrepender de ter recorrido à Justiça. Até uma televisão, justifica o empresário, é um prejuízo que reduz a capacidade de investimento no negócio.

 

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