Quanto mais esquisito, melhor

De olho no mundo dos objetos engraçadinhos e com vontade de dar uma guinada na vida profissional, Gady Laniado, 42, abriu mão da carreira como publicitário para enveredar pelo ramo das quinquilharias. Há dois anos ele lançou a loja virtual Gadgetz. "Estava chegando aos 40 e precisava ousar", justifica.

A Gadgetz oferece produtos "made in" países como China, Holanda e Israel. O catálogo de trecos divertidos abriga tanto uma jarra de teta de vaca para servir leite (R$ 79), quanto um rolo de papel higiênico (R$ 39,90) com notas de US$ 100 dólares impressas.

O rico papel higiênico figura entre os mais vendidos do site. O que explica o sucesso? "Quem se limpa com uma nota da moeda norte-americana expõe desprezo ao capitalismo", arrisca Laniado.

Gabo Morales/Folhapress

Tomas Tavares, 26, com alguns de seus objetos comprados em lojas virtuais

O universitário Bruno Domingues, 20, não se importa em pagar caro por itens exclusivos que garimpa pela internet. Sua última aquisição foi uma caneca de porcelana Mug (R$ 75), da marca Thabto, famosa no ramo de design utilitário. A alça tem forma de soco inglês. "Quando uso, me sinto um gângster."

Para o ator e apresentador Eloy Nunes, 40, comprar artigos incomuns é hobby. "Coleciono esses artefatos porque trazem charme ao dia a dia, além de serem divertidos e surpreenderem."

Ele já chegou a usar a própria coleção como cenografia para uma peça. Com a iluminação de um holofote, seu mancebo de estrutura alaranjada e engates em vermelho ficou levemente macabro.

Já Tomás Tavares, 26, DJ e designer, costuma procurar bonecos e brinquedos nas lojas virtuais. Ele teve uma experiência decepcionante ao ser seduzido por um fone de ouvido verde chamativo.

Quando recebeu o produto, deparou-se com um tom pálido na versão real. Reclamou e ouviu do lojista que a tela do computador mascarou a cor verdadeira. Mesmo assim, não abdicou do novo fone. Coisas de colecionador.