Publicidade
20/05/2012 - 07h05

Cotação atrapalha pequenos importadores

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

No dia 1º de março, o dólar era cotado a R$ 1,708. Na última sexta-feira, fechou em R$ 2,019. A variação equivale a um aumento de 17,15% em dois meses e 20 dias.

Para as empresas exportadoras ou as que têm concorrentes estrangeiros, não poderia haver notícia melhor.

Mas, para as que usam componentes importados, um aumento como esse pode atrapalhar.

"O pequeno não tem ferramentas para mitigar os custos dessa subida", afirma Paulo Alvim, gerente de mercado e serviços financeiros do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Ele explica que, no mercado financeiro, as grandes empresas fazem negócios para impedir um dano severo ao faturamento. São contratos de hedge cambial, instrumentos de engenharia financeira que fixam uma cotação para determinada data.

No entanto, esses contratos são muito caros e arriscados para uma pequena empresa, diz Alvim.

Niels Andreas/Folhapress
Gabriel Ferronato, sócio de uma distribuidora de óculos, perdeu margem com alta do dólar
Gabriel Ferronato, sócio de uma distribuidora de óculos, perdeu margem com alta do dólar

"O pequeno empresário não tem como fugir."

Gabriel Khatourian Ferronatto, 34, da distribuidora de óculos GH2, ainda não repassou a elevação dos custos para o preço final.

Os óculos correspondem à metade do valor cobrado (o restante divide-se entre serviços e apetrechos como embalagens).

"Não consigo estimar a perda que tivemos [com a variação cambial], mas foi proporcional ao aumento do dólar", afirma.

O importador de vinhos Rogério Salume, da Wine, também evitou reajustar os preços, mas diz que isso será inevitável. "Não tenho medo de perder mercado. Essa mudança também vale para os meus concorrentes."

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag