Sebrae lança cartilha para incentivar negócios na Copa

São Paulo começa a se preparar para lucrar com a Copa de 2014. Sede do jogo de abertura do torneio que acontece no país, a cidade tem como grande desafio se adaptar aos gostos e tendências de consumo de turistas de todas as partes do mundo para ampliar os negócios.

O Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) promete facilitar esse trabalho.

A entidade lança hoje à noite um guia que detalha tendências de negócios e perfis de consumidores estrangeiros que visitarão a cidade durante os jogos.

A cartilha, que será disponibilizada gratuitamente, lista oportunidades, desafios e dá dicas para empresários de nove setores que, segundo um mapeamento feito pelo Sebrae e a Fundação Getulio Vargas, serão os mais beneficiados com a realização da Copa no Brasil.

O Sebrae organizará ainda fóruns ao longo do ano. O objetivo é mostrar aos pequenos empresários as necessidades das grandes empresas na busca por fornecedores de menor porte.

"Nossa ideia é que a Copa não signifique apenas um mês de bons negócios, mas que deixe como legado o fortalecimento de uma cultura de oportunidades para as pequenas empresas", explica Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.

O evento, realizado em São Paulo, terá também o workshop "Empresas que marcam Gol", com palestras de especialistas sobre oportunidades de negócios na Copa. A ação faz parte do Sebrae 2014, programa organizado pela entidade para auxiliar micro e pequenas empresas interessadas em aproveitar o torneio. Além da palestra em São Paulo, também estão sendo preparados eventos similares em outras cidades que serão sede da Copa.

Workshop "Empresas que Marcam Gol"

Hoje, das 19h às 22h, no Espaço Lisboa. Rua Lisboa, nº 904, Jardim América. São Paulo. Inscrições podem ser feitas pelo telefone 3717-0738

Transformando os jogos em oportunidades

As perspectivas e o que empresários podem fazer para ampliar suas estratégias durante a Copa de 2014, segundo o guia "Tendências de Negócios e Perfil dos Consumidores para 2014".

AGRONEGÓCIO

Panorama do mercado: produtores brasileiros, que estão entre os mais eficientes do mundo, podem mostrar a capacidade de suprir a demanda pela tendência por produtos orgânicos.

O que fazer: o interesse dos visitantes por alimentos orgânicos tende a unir turismo e agronegócio. Produtores que estiverem próximos de hotéis podem promover "agropasseios", que servirão para mostrar aos visitantes a força do agronegócio local.

COMÉRCIO VAREJISTA

Panorama do mercado: deve ser um dos maiores beneficiados com o aumento do fluxo de turistas. O desafio do setor é desenvolver estratégias para o consumidor multicanal e usuário da internet, que estuda detalhes do produto, troca opiniões e se relaciona com a marca.

O que fazer: desenvolver canais de venda, com destaque para as redes sociais, para facilitar o acesso a produtos e serviços pelos visitantes.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Panorama do mercado: em expansão, o setor deve usar a sustentabilidade a seu favor e desenvolver tecnologias para baratear obras de todos os portes.

O que fazer: Provar, na prática, que medidas simples, como o uso de janelas maiores para aproveitar a luz natural do ambiente e de telhados revestidos com vegetação para amenizar a temperatura, custam pouco, trazem benefícios palpáveis e podem ser facilmente adaptadas fora do país.

ECONOMIA CRIATIVA

Panorama do mercado: como o consumidor moderno busca, além de preço e qualidade, produtos que tragam um toque de originalidade, os conceitos da economia criativa podem ser aplicados a todos os demais setores.

O que fazer: usar as peculiaridades e particularidades de São Paulo para promover a cidade durante a Copa.

MADEIRA E MÓVEIS

Panorama do mercado: com a sustentabilidade em alta, o setor deve aproveitar os avanços em design para conquistar a classe C.

O que fazer: mostrar que móveis verdes, aqueles cuja produção se preocupa com o meio ambiente, podem estar ao alcance do bolso desse público sem perder seu charme e singularidade.

PRODUÇÃO ASSOCIADA AO TURISMO

Panorama do mercado: estão incluídos nessa categoria todos os negócios que ajudam a fomentar o turismo. Atividades esportivas, artesanato, cultura e gastonomia, por exemplo.

O que fazer: a dica é que restaurantes usem o campeonato mundial de futebol para divulgar, ao máximo, pratos, temperos e frutas regionais. No artesanato, a recomendação é de que se ofereçam peças que, além de mostrar toques brasileiros, sejam também funcionais, qualidade valorizada por estrangeiros que adquirem produtos desse tipo.

TURISMO

Panorama do mercado: o Sebrae acredita que, para explorar bem as oportunidades, será preciso oferecer aos turistas bem mais do que simples passeios.

O que fazer: buscar formas para que a estadia dos visitantes seja marcada por passeios únicos e experiências que só podem ser vividas no país. Uma maneira de fazer isso é oferecer passeios nas antigas fazendas paulistas de café, seguidos por apresentações culturais e almoços com alimentos típicos.

SERVIÇOS

Panorama do mercado: a cidade, que se orgulha por oferecer diversas possibilidades de serviços 24 horas, tem a chance de mostrar isso aos estrangeiros.

O que fazer: a dica é investir na internet. Blogs e sites informativos e detalhados simplificam o acesso e a escolha dos visitantes. Descontos também são bem-vindos. Academias, por exemplo, podem oferecer pacotes promocionais para turistas que não querem ficar sem se exercitar enquanto estiverem na cidade acompanhando os jogos de sua seleção.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Panorama do mercado: o setor é um dos que mais devem se destacar, gerando alto volume de empregos e oportunidades de negócios.

O que fazer: desenvolver programas que ajudem a derrubar as barreiras de comunicação entre brasileiros e turistas. Alguns países já contam com portais de informação que funcionam como guia turístico em tempo real. O mesmo pode ser oferecido por aqui.

VESTUÁRIO

Panorama do mercado: é outro segmento que deve aproveitar a sustentabilidade para se destacar e atrair estrangeiros, ávidos em conhecer as tendências da moda local.

O que fazer: produzir roupas sem produtos químicos e à base de fibras, folhas e frutas nacionais pode ter apelo positivo perante turistas estrangeiros.