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22/07/2012 - 05h02

Pequeno comércio sofre com alta do calote

FELIPE MAIA
DE SÃO PAULO

Na loja de roupas de Marcelo Achmar, em São Paulo, o normal é que 2% dos cheques emitidos pelos clientes voltem por falta de saldo. Nos últimos dois meses, porém, esse índice quadruplicou, resultando em um prejuízo que se soma aos 5% de boletos (usados em compras parceladas) com atraso de mais de 60 dias no pagamento.

O caso de Achmar ilustra a alta da inadimplência no país, que cresceu 19% no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Serasa Experian.

Lucas Lima/Folhapress
Aldo Macri, dono de uma loja de uniformes, só aceita pagamentos em cheque se o cliente for conhecido e tiver cadastro
Aldo Macri, dono de uma loja de uniformes, só aceita pagamentos em cheque se o cliente for conhecido e tiver cadastro

Na comparação entre os meses de junho de 2012 e de 2011, o crescimento do calote foi de 15,4%.

Pequenos e médios empresários sofrem mais com a inadimplência do que os grandes, afirma Claudio Felisoni, presidente do conselho do Provar (Programa de Administração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração).

"Os maiores têm mecanismos de análise de perfil do consumidor que identificam bons e maus pagadores", diz.

VULNERÁVEIS
Para pequenos lojistas, também há um dano maior quando a conta deixa de ser paga. "Pequenas e médias empresas são mais vulneráveis a sinistros de crédito [falta de pagamento], porque têm menos margem de manobra para lidar com o não recebimento do dinheiro", afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.

A empresa aponta que nos seis primeiros meses deste ano foram devolvidos 2,07% dos cheques no país --maior índice desde 2009.

O prejuízo para o lojista poderia ser pior, não fosse a redução do uso do cheque. Os últimos dados do Banco Central sobre o assunto, de 2010, indicam que 8,4% das compras no varejo são feitas assim --em 2009, eram 9,8%.

Esse cenário deve estimular meios eletrônicos de pagamento, como o cartão de crédito. Nesses casos, o lojista recebe o valor da venda, e o prejuízo pelo possível calote fica com a empresa emissora do cartão (veja mais informações abaixo).

O problema apontado pelos empresários são as taxas. "No comércio, o cartão de crédito é maravilhoso, só que tem custo. A gente tem que pagar o empréstimo da máquina e ainda negociar a taxa", diz Aldo Nuñez Macri, dono de uma loja de uniformes em São Paulo.

Ele calcula que, hoje, de cada dez cheques que recebe, seis voltam.

O diretor do Sebrae Carlos Alberto dos Santos recomenda que os comerciantes estejam sempre "na defensiva", independentemente da taxa de inadimplência.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress
 

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