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24/07/2011 - 07h03

Empresas buscam 'nuvem' para reduzir gastos com TI

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Rádio Ibiza, que elabora trilhas sonoras para o varejo, tem mais de 250 mil músicas para compor sequências para seus 3.000 clientes. Mensalmente, são adquiridos mais 2.000 arquivos. "Gastávamos R$ 4.000 mensais em impressão de CDs para a distribuição das trilhas", conta o sócio Rafael Gasparian. Atualmente, no entanto, o investimento por mês é de R$ 150.

Para reduzir os gastos, as músicas foram colocadas em um servidor "em nuvem" -termo usado para a prática de armazenar informações e operar programas de computador em centrais de dados remotas, acessadas pela web.

Dessa forma, não é preciso recorrer a CDs -os clientes da Rádio Ibiza têm acesso direto ao material pela internet. Como a agência, outras micro e pequenas empresas brasileiras têm aderido à chamada computação em nuvem, conhecida como "cloud computing", atrás da promessa de menos custos com tecnologia da informação.

Um levantamento da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) elaborado em 2010 com 50 empresas -metade delas de micro e pequeno portes- indica que o mercado brasileiro tem buscado familiarizar-se cada vez mais com a modalidade. Dos respondentes do estudo, 88% conheciam a computação em nuvem. Metade deles afirmava utilizar o sistema na companhia. "Da outra metade, 85% pretendiam aderir [à tecnologia]", diz o pesquisador Edgard Leonardo Lima, um dos responsáveis pelo estudo.

A computação em nuvem economiza não só dinheiro mas tempo, dizem especialistas consultados pela Folha. "Trabalho sozinho e [a tecnologia] elimina a preocupação com as máquinas [para armazenar informações]", pontua o advogado Ivo Mario Sganzela, que tem certificação digital em nuvem e considera adotar outras soluções na mesma modalidade.

Apesar do entusiasmo dos empresários com o "cloud computing", há preocupações com a disponibilidade e a confiabilidade do serviço e também com a segurança dos dados armazenados na rede. Para solucionar a última questão, a Rádio Ibiza criptografa as músicas.

Pela técnica, as informações são codificadas e só podem ser lidas com a utilização de programa específico, que exige a digitação de senha para liberar o acesso ao usuário. "Mesmo que alguém consiga interceptar os arquivos, não conseguirá usá-los", afirma Gasparian.

FUNCIONALIDADES

A economia no armazenamento de dados não é a única vantagem do "cloud computing". O sistema inclui ainda softwares financeiros e de gestão para serem utilizados pela internet.

"As companhias podem contar com serviços sofisticados", afirma Roberto Carlos Mayer, diretor da consultoria MBI e vice-presidente da Assespro Nacional (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação). Isso possibilita que empreendedores iniciem seus negócios sem precisar investir além da conta em TI.

A Ceres Agrotecnologia, fornecedora de equipamentos para agricultura de precisão, é exemplo de empresa que aderiu ao "cloud computing" devido aos recursos tecnológicos disponíveis.

A companhia catarinense adotou sistemas de gestão, softwares financeiros, programas de gerenciamento de relacionamento com clientes e e-mail -tudo em nuvem. "Em vez de comprar software, investimos mais em internet e em planos 3G para os celulares da equipe", assinala a sócia da Ceres Agrotecnologia Kelly Magalhães.

Quem já conta com programas e sistemas de gestão, contudo, deve ponderar os gastos antes de investir -ainda que o oferecido em nuvem seja mais avançado. "Empresas que têm estrutura [de tecnologia da informação] montada vão esperar o momento em que tiverem de realizar atualizações nos programas", considera Helio Garcia, representante da fornecedora de software DTI.

Por vezes, mesmo considerando as vantagens do sistema em nuvem e a necessidade de atualização dos softwares nos computadores da empresa, a conta não fecha.
Exemplo é o da agência carioca de publicidade 11:21.

A empresa trabalha com arquivos pesados, que demandam grande capacidade de armazenamento e de transmissão de informações. Segundo o sócio Gustavo Bastos, a empresa precisaria de R$ 5.400 mensais para migrar para o sistema em nuvem. "Há muitos benefícios e gostaríamos de aderir, mas é caro para a gente", diz. A solução foi investir em dois discos rígidos, de R$ 3.000 cada um. Um fica na empresa, e o outro, o "backup", fora dela.

 

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