Brasileiro está trocando modelo "popular" por motor mais potente
RICARDO RIBEIRO
DE SÃO PAULO
Após dois anos ao volante de um Ford Fiesta 1.0, a designer Patrícia Furquim de Andrade, 22, decidiu subir de categoria. "Queria um modelo mais ágil e confortável. Quando ligava o ar-condicionado, meu carro não andava nada."
Em duelo, Palio 1.0 vs. Palio 1.4
Luiza Sigulem/Folhapress |
A designer Patrícia Furquim de Andrade, 22, trocou o Ford Fiesta 1.0 por um Citroën C3 1.4 |
A escolha seguiu o caminho natural: outro compacto, só que com motor mais forte. A designer comprou um Citroën C3 1.4.
Patrícia teve as mesmas dúvidas de muitos outros consumidores. No segmento dos compactos, optar por um "popular" ou investir em versões mais potentes passa por planejamento e algumas contas.
A escolha deve levar em consideração o orçamento do comprador e a rotina de utilização do veículo.
"Há clientes que compram o 1.0 por não terem condições de adquirir um modelo superior, e há também os que preferem um 'popular' completo a um 1.4 básico", diz Rodrigo Pereira, supervisor de planejamento de marketing da Fiat.
Conforme a Folha antecipou em agosto, a balança está pendendo para o lado dos carros com motor maior. O fechamento das vendas em 2011 confirmou a tendência.
Dos 3,6 milhões de veículos vendidos no ano passado, mais da metade (53,2%) tinha motores que iam de 1,1 a 2,0 litros. O segmento dos modelos de motor "mil", que dominou o mercado nas duas últimas décadas, fechou 2011 com 45,2% de participação.
"A relação custo-benefício pesa muito na compra dos 1.0. A expectativa de baixo consumo é grande. Já quem opta pelo modelo 1.4 está em busca de mais desempenho e conforto", afirma Pereira.
A Fiat apostou em quatro versões 1.4 para a nova geração do Uno -antes oferecido apenas com motor 1.0- e viu as vendas crescerem. Os modelos mais potentes já representam 30% dos emplacamentos do compacto.
"O poder aquisitivo do consumidor brasileiro cresceu, e ele ficou mais exigente ", avalia Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan do Brasil, que passou a vender o recém-lançado March também com motor 1.6.
De acordo com as montadoras, os custos de manutenção são semelhantes. Para Gilmar Napoleão da Silva, diretor do Comitê de Veículos Leves da SAE Brasil (Sociedade de Engenharia Automotiva), não há uma diferença grande de valores. Porém, por serem mais potentes e equilibrados, os motores maiores levam vantagem.
"O motor 1.0 exige milagres do fabricante para entregar potência. É um bloco que acaba operando no limite, principalmente com mais equipamentos ligados, como o ar-condicionado", diz.
A exceção, segundo Silva, são os novos 1.0 de três cilindros, como o EcoBoost, da Ford, que será feito no Brasil.
Na hora do seguro, os carros 1.0 levam a melhor. "Os valores variam de acordo com o perfil dos condutores, mas como a cotação do seguro está diretamente ligada ao preço de tabela do carro, os veículos de maior cilindrada tendem a ter apólices mais caras", afirma Marcelo Sebastião, diretor do ramo de automóveis da Porto Seguro.
Apesar do avanço dos motores maiores, voltar aos 1.0 pode ser estratégico. "Meu primeiro carro foi um Chevrolet Celta, que troquei por um Peugeot 207 1.4.
Agora tenho um Renault Clio", conta o professor de Educação Física Márcio André Santos Lopes, 27, que optou pelo "mil" para comprar seu apartamento.
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