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15/07/2012 - 06h00

Importadores ainda têm modelos 2011 encalhados nas autorizadas

EDUARDO SODRÉ
DE SÃO PAULO

O empresário carioca Adalberto Igrejas, 54, acaba de fechar uma de suas duas concessionárias CN Auto. Apesar de os preços não terem subido nos últimos meses, as vendas dos utilitários chineses Hafei Towner e Jinbei Topic sofreram forte retração com a dificuldade em aprovar crédito para os clientes.

A marca faz parte do bloco mais prejudicado com as recentes medidas de proteção e incentivo à produção local.

Os importadores estão com grandes lotes de carros parados em seus pátios, muitos produzidos em 2011. Às vésperas de a sobretaxa do IPI entrar em vigor, as marcas aumentaram os estoques para garantir alguns meses sem aumento (veja quadro ao lado). Porém, mesmo mantendo os preços, não conseguiram vender os carros.

"Minha média mensal caiu de 50 automóveis emplacados por mês para algo entre 10 e 15 unidades no mesmo período. Já perdi cerca de R$ 650 mil nos últimos seis meses", diz Igrejas.

Editoria de Arte/Folhapress

FÁBRICA NO BRASIL

A CN Auto faz parte de um grupo de importadores que está no meio do caminho, com um volume de vendas que não justificaria o investimento em fabricação local. Mas, para se livrar da sobretaxa de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), irá apostar no crescimento e produzir seus utilitários no Brasil --a construção de uma fábrica da marca no Espírito Santo será anunciada na próxima semana.

"O baque em nosso setor foi forte, as medidas tomadas foram exageradas. Estamos aqui há quatro anos investindo no mercado brasileiro, não somos os vilões da história. Esperamos que o governo tenha sensibilidade e nos dê algum oxigênio", diz Ricardo Strunz, CEO da CN Auto e diretor financeiro da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores).

DESCONTOS
Para o consumidor interessado em adquirir um importado 2011 que está em estoque, as melhores opções são o pagamento à vista ou buscar linhas de crédito no banco onde é correntista.

Em qualquer caso, vale pedir polpudos descontos. Os comerciantes estão abrindo mão da margem de lucro para reduzir os estoques. Um JAC J3 2011/2012, por exemplo, está sendo anunciado por R$ 34.990, R$ 3.000 a menos que na época do lançamento, em março de 2011.

As marcas que produzem no Brasil e contam com bancos próprios para facilitar a concessão de financiamento reduziram os estoques em junho, impulsionadas pela redução temporária do IPI que vigora desde maio. A medida deveria durar até agosto, mas a indústria dá como certa a prorrogação até o fim do ano. O governo deve anunciar nesta semana novas medidas para o setor.

As empresas que importam volumes superiores a 20 mil unidades ano sentiram menos o golpe.

"Temos uma rede forte. A nossa linha é a que oferece o menor preço médio do mercado", diz Luis Curi, CEO da Chery no Brasil. A empresa confirma que lançará o compacto chinês Celer em setembro e que começará a produzir na fábrica de Jacareí (75 km de São Paulo) no próximo ano.

 

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