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29/07/2012 - 05h55

Preço de carros zero-quilômetro caiu, mas seguro está mais caro

RODRIGO LARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar da queda no preço dos carros novos -- redução média de 2,6% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período de 2011, segundo a agência AutoInforme-, o valor das apólices de seguro continua subindo acima da inflação. De acordo com estimativa da Allianz Seguros, a alta acumulada nos primeiros cinco meses deste ano é de cerca de 8%.

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"As seguradoras têm liberdade para compor os custos, sendo que de 65% a 70% das despesas que elas têm são referentes aos sinistros [roubos, furtos, acidentes, alagamentos, entre outros]. A redução no preço dos carros é conjuntural e não afeta o valor cobrado", afirma Neival Freitas, diretor da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).
efeitos da violência

Simon Plestenjak/Folhapress
Marcella Petrere pesquisou preços antes da renovação; mesmo assim, pagou mais caro
Marcella Petrere pesquisou preços antes da renovação; mesmo assim, pagou mais caro

Na capital paulista, o aumento do número de ocorrências policiais inflacionou as apólices. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, os roubos cresceram 26%, e os furtos, 9% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período do ano passado. Somados, tiveram um aumento de 32.866 casos para 38.488 (17%).

"Há regiões mais propensas a ocorrências como roubos e furtos, como a zona oeste, onde há rotas de fuga para os bandidos", diz Mario Sérgio de Almeida Santos, presidente do Sincor/SP (sindicato dos corretores de seguros).

"Para ter ideia de como os índices de roubos e furtos influem na definição do preço de uma apólice, basta saber que a cobertura para esses tipos de sinistro representa a metade do valor pago pelo cliente. Com o aumento dessas ocorrências, a tendência é que os seguros tenham reajustes acima da inflação", afirma Marcelo Sebastião, diretor da Porto Seguro.

O valor de componentes e serviços também interfere no preço dos contratos.

"O custo conjunto da mão de obra e do preço das peças subiu em torno de 8% na comparação entre janeiro e maio de 2012 com o mesmo período do ano passado. Como as seguradoras têm mais casos de danos parciais do que perdas totais, o custo das peças influencia mais do que o valor do carro", diz Pedro Pimenta, superintendente de automóveis da Allianz Seguros.

Editoria de Arte/Folhapress

A expectativa do Sincor/SP é que a elevação nos preços das apólices em 2012 possa chegar a 20% em comparação com o ano passado.

O aumento dos seguros afeta os consumidores que estão renovando seus contratos.

"Em 2011, com o carro zero-quilômetro, fechei uma apólice por R$ 2.200. Quando fui fazer a renovação, a seguradora queria me cobrar R$ 3.600. Pesquisei com o meu corretor e fechamos com outra empresa por R$ 2.400. Esperava pagar, no máximo, R$ 2.000", conta Marcella Petrere Duarte, 26, que trabalha com marketing político e possui um Citroën C4.
O advogado Alexandre Herrera, 32, dono de um Mitsubishi Pajero Sport 2007, também teve problemas. "Pagava cerca de R$ 3.500 e, na renovação do seguro, queriam cobrar mais de R$ 4.000."

Dado o custo extra, ele resolveu vender o carro. "Não vale a pena gastar esse dinheiro todo anualmente e, como não quero andar sem seguro, o Pajero está parado enquanto procuro um comprador."

INTERIOR

O impacto dos índices de violência é mais sentido pelos donos de carros que moram nas grandes metrópoles.

"Segurados de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro pagam mais por causa dos números de roubos e furtos. No interior, o peso maior recai sobre o valor das peças de reposição", explica José Carlos de Oliveira, diretor de automóveis da Marítima Seguros.

Segundo dados levantados pela agência AutoInforme, a inflação do carro (que contabiliza variações de preços de peças, serviços e combustíveis) teve alta de 0,84% no primeiro semestre de 2012.

 

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