Fireblade fica mais 'dócil' para o dia a dia
GUILHERME SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando se fala em motocicletas esportivas, logo vem à mente a imagem de um quadro coberto por uma carenagem linda, porém sem muito "jogo de cintura". São modelos ruins de guiar nas ruas, pois foram pensados para correr em pistas, com o acelerador a plena carga.
O grande trunfo da Honda CBR 1000RR Fireblade é fugir desse estigma e oferecer performance aliada a um comportamento dócil. Esguia e compacta, passa fácil entre os carros, embora o guidão esterce pouco.
A oitava geração dessa esportiva passou por mudanças que beneficiaram a pilotagem. Há disposição de sobra: são 178 cv para movimentar 178 kg. Ou seja: relação peso-potência de 1:1.
Divulgação | ||
A nova programação da injeção eletrônica deixou a aceleração mais linear. Em passeios sem pressa, a Fireblade permite que os engates das seis marchas sejam feitos de maneira silenciosa, sem elevar muito a rotação do motor.
Mas quando provocada, seu comportamento muda rápido. O ronco proporcionado pelo escapamento de dupla saída vai ficando mais encorpado enquanto o giro sobe e a CBR ganha velocidade.
Até a terceira marcha, é preciso ter juízo. Quem abusa demais corre o risco de ver a dianteira desgrudar do solo.
A suspensão firme e os pneus largos transmitem segurança nas curvas. Os freios são poderosos, principalmente na versão equipada com sistema ABS (que evita o travamento das rodas) e distribuidor eletrônico de frenagem. Esses itens são oferecidos em um pacote opcional.
Importada do Japão, a CBR 1000RR Fireblade está disponível nas cores preta, branca ou vermelha. O preço parte de R$ 56,9 mil (R$ 62,9 mil com freios ABS).
A versão 2012 traz rodas mais leves e mudanças visuais, que incluem novas carenagens e grafismos. O farol também mudou, e a rabeta traseira foi alargada.
O quadro é o mesmo, mas as suspensões foram recalibradas. Há pistões mais largos no garfo dianteiro e diversos níveis de ajuste de rigidez.
O link da suspensão traseira agora incorpora a fixação do amortecedor -antes, esse componente ficava junto com o quadro. A modificação atenuou as vibrações que eram passadas para o piloto.
O novo painel, com visor em tela de cristal líquido, é bastante completo. O mostrador informa a marcha que está engatada, traz marcador de consumo (instantâneo e médio), cronômetro e cinco LEDs programáveis para orientar as trocas de marchas, conhecidos como "shift lights" (luzes de mudança).
Com duas décadas de história, a CBR 1000RR Fireblade permanece confiável e forte. A Honda foi criteriosa nas modificações, pois não é simples mexer em um modelo que agrada tanto aos pilotos iniciantes como aos mais experientes.
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