No Japão, montadoras testam nível de radiação em carros
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após o terremoto e o tsumani de 11 de março, o Japão registrou queda de mais de 50% na produção de carros.
O desastre também já causou impacto negativo nas lojas e, segundo analistas, deve afetar o ranking global de vendas.
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Agora, devido a vazamentos nos reatores da usina de Fukushima, montadoras japonesas começam a testar o nível de radiação emitido pelos veículos que pretendem exportar.
A Nissan, que teve queda de 52,4% nas vendas, foi a primeira a confirmar que está realizando esses testes. Eles são feitos em dez carros de cada lote, escolhidos aleatoriamente. O nível de radiação é medido no capô, no volante e nas rodas.
Yuriko Nakao/Reuters |
Funcionário da Nissan usa aparelho para medir nível de radiação em lote de carros que serão exportados |
A Toyota anunciou que também iniciou procedimentos de medição.
A Jama (Associação Japonesa dos Fabricantes de Automóveis) declarou que tomará suas próprias medidas para verificar radiação em todos os veículos destinados à exportação.
QUEDA NAS VENDAS
A Toyota, maior fabricante de veículos do mundo, viu a produção cair 62,7% em março, em comparação com o mesmo período do ano passado, o que abre caminho para concorrentes como GM e Volkswagen.
"O Japão é o terceiro entre os países que mais vendem veículos, mas já estava desacelerando nos últimos anos e agora terá uma queda mais dramática", afirma Paul Taylor, economista chefe da Nada (sigla em inglês para Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos dos EUA).
A Toyota também anunciou que fábricas de oito países asiáticos, incluindo Tailândia e Índia, funcionarão apenas três dias por semana e com 50% da capacidade.
A queda foi causada pela falta de componentes, de peças e de tinta que eram produzidos por fábricas das montadoras ou fornecedores localizados na região devastada pelo desastre.
A maior redução nas vendas, 62,9%, foi registrada pela Honda. Mazda e Mitsubishi tiveram queda de 53,6% e 25,7%, respectivamente.
As filiais no exterior também registraram cortes na produção. As montadoras declararam que estão reajustando as operações usando fábricas e fornecedores de fora do Japão, mas a situação só deve estar regularizada no final do ano.
Com agências internacionais
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