"Ecológicos" têm baixo consumo e tecnologia cara
FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO
Apesar de ser mais econômico que o pequeno Fiat Uno (75 cv), o grandalhão Ford Fusion Hybrid (193 cv) custa mais do que um importado de luxo. Esse é o preço para quem quer transitar no carro mais econômico do país -18,6 km/l em trecho urbano, segundo ranking Folha-Mauá.
Por R$ 134 mil (60% mais que a versão 'normal'), o Fusion Hybrid traz como diferencial conjunto motriz composto por dois motores que aceleram o modelo de 0-100 km/h em menos de 10s.
João Brito/Folhapress |
Ford Fusion Hybrid combina motor elétrico e um a combustão, mas custa R$ 134 mil |
Ainda que auxiliar, o propulsor elétrico (107 cv) é o mais sofisticado deles e aproveita a energia desperdiçada em frenagens e desacelerações para transformá-la em parte do combustível que alimentará o carro -na verdade, esse é o segredo da economia.
Também híbrido, o executivo Mercedes S400 (279 cv) sai por cerca de R$ 410 mil.
Bem menos sofisticado, o sistema "star/stop" do smart fortwo MHD mostra ser eficiente na cidade, onde o subcompacto francês percorre aproximadamente 17 km com um litro de gasolina.
De acordo com Dirlei Dias, gerente de produto da marca, o start/stop monitora a velocidade do veículo, poupando até 20% de combustível.
"Toda vez em que o carro para num semáforo, por exemplo, o motor se desliga automaticamente. Para religá-lo, basta pressionar o pedal do acelerador", ensina.
Com capacidade para até dois ocupantes, o remodelado smart (71 cv) mantém o preço inicial de R$ 50 mil.
BARREIRA FISCAL
Mas não é só carro caro que tem direito a pacotes de equipamentos voltados à diminuição do consumo.
Fiat Mille Economy (R$ 23 mil) e Volks Gol Ecomotion (R$ 26 mil) apelam para soluções baratas mas eficazes, como pneus de baixa resistência a rolagem e alongamento da relação de marchas.
De acordo com os fabricantes, essas modificações reduzem em até 10% a ingestão de álcool e gasolina. Mas nem assim o mais bem colocado nacional no ranking dos abstêmios, o Gol Ecomotion (14,3 km/l), consegue fazer sombra aos rivais sofisticados.
Aliás, são eles quem mais sofrem com a falta de uma legislação específica. Os veículos elétricos, por exemplo, venerados por não emitirem poluentes -e comercializados com isenções nos EUA e Europa-, tem seu comércio cerceado no Brasil pelas altas alíquotas de impostos, como a do IPI, de 25% -cerca de três vezes maior do que a cobra de um modelo 1.0 "flex". A última proposta de mudança, porém, foi barrada pelo governo Lula.
Dicas para poupar combustível
- Evite arrancadas bruscas e aumente as marchas se quiser ganhar velocidade
- Reorganize os horários e fuja de congestionamentos; prefira caminhos planos
- O uso excessivo do freio pode ser um sinal de abuso do acelerador
- O sinal lá na frente fechou. Deixe a inércia levar o carro. Melhor não deixar o carro parar
- Não 'cole' no carro da frente e saia de trás de ônibus que sinaliza parar
- Sua pressa não mudará o ritmo do trânsito
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