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11/12/2011 - 07h17

Reajuste salarial menor dá força a benefícios

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Ter de contratar babá ou deixar a filha de cinco meses em uma creche para voltar ao trabalho tirou o sono de Roberta Teixeira, 29, analista de recursos humanos de uma empresa de autopeças.

Em licença-maternidade desde julho, ela precisaria voltar no fim deste mês. Em setembro, a profissional adquiriu o direito de passar mais dois meses com a filha, após a aprovação da licença de 180 dias nas negociações coletivas dos metalúrgicos.

Ganho de benefícios, como o de Teixeira, foi destaque nos acordos sindicais, segundo confederações consultadas pela Folha.

Gabo Morales/Folhapress
Roberta Teixeira e sua filha, Ana Clara, em Santo André (SP)
Roberta Teixeira e sua filha, Ana Clara, em Santo André (SP)

Reajustes salariais menores, avalia Artur Henrique, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), são o motivo. "Quando o aumento tende a cair, a remuneração indireta [benefício] ganha evidência."

Segundo Henrique, em 2010 também houve ganhos nesse sentido, mas com "menos força do que neste ano". Entre as conquistas de 2011 estão redução de jornada, aumento de subsídio para creche e normas contra assédio moral (leia mais abaixo).

Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que o reajuste real médio obtido por indústria, comércio e serviços foi de 1,36% neste ano. Em 2010, havia sido de 1,66%.

O crescimento acentuado da economia em 2010 e a inflação deste ano -que atingiu pico de 7,4% em agosto no acumulado de 12 meses, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)- justificam a redução dos aumentos salariais reais, analisa José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais da entidade.

"O cenário favorável às negociações coletivas [em 2010] não ocorreu com a mesma intensidade neste ano."

No setor médico, os reajustes salariais reais foram de até 5% no ano passado -eles variam conforme o sindicato. Em 2011, chegaram a 3%.

"Nossa conquista foi encolhida pela inflação e pela crise internacional", diz Cid Carvalhaes, presidente da federação nacional da categoria. Exceção nesse cenário, o setor metalúrgico acumulou ganhos reais de, em média, 3,13% neste ano - 1,13 ponto percentual acima dos conquistados em 2010.

Com o reajuste salarial e a antecipação da PLR (participação nos lucros e resultados) em um mês, o metalúrgico André dos Santos, 28, juntou a verba necessária para dar entrada no seu primeiro imóvel, há duas semanas.

Os benefícios, diz, foram os maiores que conquistou em dez anos. "Queria ter um apartamento há seis anos. Sem a verba, esperaria mais."

Editoria de Arte/Folhapress
Negociações coletivas
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