Crédito pode aliviar o bolso e ajudar na pós-gradução

Quando Magda Mara Alves Cariello, 50, concluiu a primeira pós-graduação da carreira, ganhou o certificado e uma dívida que demorou mais de um ano para quitar.

O salário baixo como psicóloga e o curso considerado caro impediam-na de arcar com as mensalidades. "Era consciente: pagava a matrícula e renegociava no semestre seguinte para continuar o curso", conta.

Para fazer a pós de psicologia do trânsito, que termina em 2013 e evitar o mesmo problema, Cariello apostou no financiamento. Com o crédito, paga metade da mensalidade do curso, de cerca de R$ 300.

Cariello é uma das profissionais que recorrem ao crédito para se especializar. Essa é uma prática cada vez mais comum, dizem consultores ouvidos pela Folha.

Isadora Brant - 7.mar.12/Folhapress

Magda Cariello faz pós com financiamento

E a demanda, afirmam, só cresce. "O mercado está pedindo cada vez mais essa formação e não existe nenhuma hipótese de o funcionário parar de estudar", explica Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan.

A psicóloga recorreu ao Pravaler, crédito universitário do Ideal Invest, uma empresa especializada em financiamento de educação privada. Grandes bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC e Santander, oferecem linhas semelhantes.

Os juros variam de 1,99% a 4,04% ao mês, de acordo com prazo e valores financiados, que chegam a R$ 50 mil.

O que parece vantagem pode resultar em problemas se o crédito for contratado sem critérios, na avaliação de José Roberto Savóia, professor de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Pensar no retorno do investimento é o primeiro passo. "Nesse caso, [o importante] é quanto se conseguirá de aumento salarial após o curso." Esse percentual, calcula, fica entre 30% e 40%.

O professor de português João Paulo de Oliveira, 47, não fez essa conta. Ele afirma que optar pelo crédito era o único caminho para continuar estudando -pré-requisito na carreira acadêmica.

"Preciso do mestrado para dar aula em faculdade e não conseguiria sem o crédito. Não tive outro jeito".