Pausa para sabático exige foco e planejamento
ANA MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se ainda não aconteceu com você, talvez seja apenas uma questão de tempo. Porque em algum momento da carreira o dilema se impõe à maioria: já é hora de tirar um período sabático?
Para que esse tempo, que deve ser de aprimoramento e/ou de dedicação a si mesmo, seja fértil e tranquilo, é preciso fazer dois tipos de cálculo, o do momento certo de se ausentar da empresa e o do saldo bancário. Para ambos, a dica é simples: planejamento.
"É importante agregar conhecimento durante o sabático para aumentar sua empregabilidade na volta ao mercado", afirma Mário Custódio, especialista em recrutamento da Robert Half.
Zé Carlos Barretta/Folhapress |
Fernando Rolim pediu demissão para tirar sabático |
Não há um tempo-limite para o período sabático. "Pode ser de um mês ou de alguns anos, depende do que você quer fazer", afirma Herbert Steinberg, autor do livro "Sabático - Um Tempo para Crescer". "O importante é haver planejamento", afirma.
Além de programar o que pretende fazer com o tempo livre, o profissional deve se preparar financeiramente. O primeiro passo é fazer as contas de quanto vai custar esse período fora do trabalho. O ideal é cortar gastos supérfluos e economizar o mais cedo possível. Coloque todos os custos em uma planilha -hospedagem, alimentação, transporte, passagens, lazer.
Por outro lado, deve-se considerar que há despesas que deixarão de existir. "No exterior, você pode não gastar com gasolina", exemplifica Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos e professor de finanças do Ibmec-RJ.
A advogada Adriana Daiuto, 41, guardou parte do salário por dez anos e fez cursos de culinária no exterior. "Eu me permiti gastar 20% das economias em quatro meses", diz. Ela economizou dinheiro com a simples decisão de almoçar em casa. E garante que voltou ao trabalho com energia renovada.
PÓS-SABÁTICO
Especialistas sugerem que o profissional acumule recursos também para o pós-sabático. O ideal é ter um "colchão de segurança" equivalente a, pelo menos, seis meses de salário. Com esse pé de meia, qualquer salto arriscado torna-se mais seguro.
Insatisfeito com os rumos da profissão, o cenógrafo Fernando Rolim, 33, pediu demissão em janeiro deste ano para descobrir o que realmente queria. "Não sabia em que direção seguir."
Ele tirou um sabático para se dedicar a essa reflexão. Fez terapia, mudou a alimentação, intensificou as atividades culturais e passou a revisitar a vida e a carreira.
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