Estudo mapeia os administradores de empresas
PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO
Pesquisa obtida com exclusividade pela Folha traçou o perfil do administrador de empresas no Brasil. O resultado indica três características básicas do profissional da área: ele é jovem, multifacetado, dinâmico e abrangente.
O estudo "Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador 2012" foi realizado pelo Conselho Federal de Administração, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração).
Zé Carlos Barretta/Folhapress |
O administrador Marcelo Oliveira nunca ficou desempregado |
Para 25,41% dos 17.982 trabalhadores entrevistados, o caráter generalista da profissão é o fator que mais influencia na hora de decidir a carreira, seguido pela amplitude do mercado de trabalho, com 21,29%.
"Hoje, a escolha da profissão se dá menos pela vocação e mais pelas oportunidades de trabalho", explica Fauze Mattar, professor da FIA e um dos responsáveis pelo estudo.Além de administrar empresas, o profissional pode atuar nas áreas de marketing, finanças e gestão de pessoas.
Os salários, contudo, variam bastante e podem desmotivar quem estiver prestes a dar os primeiros passos na profissão. Segundo o estudo, 20,25% dos profissionais brasileiros-a grande maioria recém-formados- recebem até R$ 1.866, enquanto 43,4% têm remuneração de R$ 1.928,20 a R$ 6.220.
Além da experiência, a qualificação também limita a faixa salarial dos profissionais, explica Hamilton Luiz Corrêa, coordenador de graduação da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).
A própria pesquisa mostra que alguns administradores têm currículo aquém do exigido pelo mercado. Dos profissionais entrevistados, 44% não concluíram pós-graduação e 47,20% não dominam outro idioma além do português.
EVOLUÇÃO
"O mercado está em constante evolução e o profissional deve acompanhá-lo para crescer", diz Corrêa, que também é vice-presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo.
Há nove anos atuando como administrador de empresas, Marcelo Oliveira, 31, afirma nunca ter ficado desempregado. Para se manter competitivo, faz curso de inglês e mestrado profissional em administração e finanças.
"A indicação é a mola mestra em qualquer processo seletivo, porém o embasamento técnico é essencial para ascender", afirma o analista financeiro de projetos da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos).
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