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15/07/2012 - 06h05

Empresa cria seleção sem entrevistador

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Quando morava em Santos, Murilo Tebet, 24, participou de um processo seletivo remoto para uma empresa de São Paulo. A entrevista foi feita por meio de um vídeo, mas não havia um entrevistador do outro lado.

Na tela do computador apareceram, escritas, as perguntas. E Tebet as respondeu para a câmera, em casa, em um tempo determinado de dois minutos.

A ferramenta, desenvolvida por uma empresa brasileira chamada Atrians, é uma novidade e permite que o entrevistado receba, em casa, um link com as perguntas e grave o seu vídeo quando for mais conveniente.

Gabo Morales/Folhapress
Murilo Tebet, 24, participou de Entrevista por vídeo sem entrevistador
Murilo Tebet, 24, participou de Entrevista por vídeo sem entrevistador

No caso de Tebet, cada resposta virou um arquivo separado, que a empresa enviou para avaliadores diferentes (por exemplo, as de formação são vistas pelo pessoal de RH, e as técnicas, por um responsável da área pertinente).

Tebet foi aprovado e virou consultor de intercâmbio. Mesmo assim, diz que a dinâmica teve um percalço. "Dá um certo nervosismo não ver uma pessoa do outro lado." Enquanto respondia às questões, ele via a sua própria imagem na tela.

Editoria de Arte/Folhapress
Como funciona a entrevista virtual
Como funciona a entrevista virtual

Esse fator que deixou Tebet nervoso não incomodou a assistente de moda Alice Marinho de Araújo, 23, que foi entrevistada da mesma maneira. Para ela, ao se ver na tela, o entrevistado consegue corrigir a própria postura. "A pessoa se vê, é legal."

Os desenvolvedores do software ainda estão fazendo ajustes. A plataforma está em fase beta, ou seja, de testes.

"O candidato não tem como ensaiar as respostas. Ele não sabe quais são as perguntas", explica Kleber Bacili, 35, sócio-fundador da Atrians.

Ele conta que, por enquanto, está oferecendo pacotes de cem entrevistas às empresas para que elas testem a tecnologia antes de comprá-la.

A Focus, companhia têxtil, foi uma das que ganharam o pacote. Das cem entrevistas que recebeu, já realizou 90, segundo Ana Luiza Vieira Kohler, gerente de RH. "Convidamos cerca de 300 candidatos -muitos não clicaram no link do vídeo." O índice de desistência, porém, foi parecido com o das entrevistas presenciais, segundo Kohler.

PASSARINHO

Kohler diz que o vídeo deveria ter maior qualidade ("não dá para maximizar na tela") e, às vezes, o equipamento de som do computador do entrevistado é ruim ("outro dia recebemos um vídeo de uma menina que tinha um passarinho em casa e escutávamos mais o canto dele do que a voz da candidata"). Apesar das críticas, a diretora de RH diz que quer passar a usar a tecnologia.

A intenção de Bacili é que os vídeos funcionem como uma triagem refinada do currículo, sem substituir a entrevista pessoal. Ou seja, em vez de convocar muitos candidatos para conversar, a empresa escolhe, por meio dos melhores vídeos, aqueles que realmente têm chances.

Editoria de Arte/Folhapress
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