Saúde mental é foco em 75% das empresas
JULIANO MOREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A saúde mental dos funcionários tem ganhado atenção nas empresas. Pesquisa da consultoria Great Place to Work, obtida com exclusividade pela Folha, aponta que 75% das organizações concedem apoio psicológico total ou parcial aos empregados.
A ideia do serviço é fazer com que o trabalhador possa resolver os problemas familiares e os de trabalho, segundo o estudo realizado no ano passado com cem negócios de grande porte no Brasil.
Empresas disponibilizam atendimento por telefone
"As gerações que chegam passam a inserir novos conceitos nas empresas. São pontos relacionados à produtividade e à felicidade dos funcionários", diz a diretora de projetos da Great Place to Work, Roberta Hummel.
Isadora Brant/Folhapress |
Mauro Barros já teve fortes dores de cabeca por causa da sobrecarga de trabalho |
O levantamento mostra ainda que, para 82% dos profissionais dessas companhias, o local de trabalho é psicologicamente e emocionalmente saudável.
Para Ricardo Munhoz, diretor-executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, políticas que visam ao bem-estar mental asseguram a permanência dos profissionais.
"As grandes empresas, principalmente as multinacionais, concedem apoio psicológico. É válido, pois cerca de 70% das demissões em níveis estratégicos são por motivos comportamentais."
Alto escalão é mais suscetível a estresse
Profissionais que ocupam cargos de alta responsabilidade estão mais suscetíveis a problemas emocionais como estresse, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
A extenuante rotina de tomada de decisões, de reuniões e de viagens são fatores preponderantes para a configuração desse quadro.
As distorções no comportamento, porém, são distintas entre os gêneros.
"As mulheres costumam chorar e são mais sentimentais; os homens se tornam agressivos e impacientes", compara Ana Cristina Limongi-França, coordenadora do Núcleo de Gestão da Qualidade de Vida do Trabalho da Universidade de São Paulo.
A especialista estima que, nos últimos cinco anos, os pedidos de demissão por questões relacionadas a estresse tenham representado de 30% a 40% dos desligamentos.
Em abril, pesquisa da UnB (Universidade de Brasília) mostrou que, por problemas emocionais, 1,3 milhão de brasileiros receberam auxílio-doença em 2008.
PRESSÃO ALTA
O coordenador fiscal Mauro Barros teve que diminuir o ritmo devido aos efeitos da sobrecarga no organismo.
Com equipe reduzida na multinacional em que atuava e sob pressão da matriz, o profissional trabalhava de 14 a 16 horas por dia.
As fortes dores de cabeça foram determinantes para que procurasse um hospital, onde foi orientado a utilizar um monitor de pressão.
Em momento de pico, no dia seguinte à consulta, o aparelho registrou pressão arterial de 22 por 12 -pela diretriz da American College of Cardiology Foundation e da American Heart Association, ela deve ser menor que 14 por 9 em pessoas de até 79 anos.
"O médico pediu para eu parar, pois estava prestes a sofrer um AVC [acidente vascular cerebral]", diz ele.
"Aproveitar momentos de relaxamento para realizar alguma atividade que faça o profissional se desvencilhar do trabalho, além de manter alimentação adequada, é importante para a saúde", afirma Ligia Raquel Brito, médica do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
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