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08/07/2011 - 07h13

Brasileiro usa rede social para buscar trabalho no exterior

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

A situação econômica do Brasil e a imagem favorável do país no contexto internacional têm atraído estrangeiros para atuar aqui.

Para os brasileiros, é a chance de participar de "um momento único, de prosperidade e preparação para dois eventos importantes [Copa-2014 e Olimpíada-2016]", afirma Marcelo de Lucca, diretor executivo da consultoria Michael Page.

Por isso, ele não recomenda a partida para um destino internacional em busca de oportunidades. "A menos que seja por um motivo muito específico", ressalva.

Ainda assim, 41% dos profissionais estão dispostos a cruzar a fronteira para trabalhar, segundo levantamento da consultoria GfK realizado entre fevereiro e abril com 30 mil respondentes de 29 países. O Brasil ficou acima da média mundial, que é de 27%.

A principal aspiração é conviver com uma cultura diferente, como pretende fazer Leandro Roldão, 31. Trabalhador da área de tecnologia da informação, ele pretende rumar para a Espanha no próximo ano.

"O mercado [de TI] está aquecido na Europa", comenta. Ele ingressou em um curso de espanhol e agora pretende melhorar o inglês para concorrer a uma vaga.

Redes de relacionamento

Os principais meios de busca de trabalho utilizados por Roldão são os sites de relacionamento, principalmente o LinkedIn.

Foi por essa rede que uma empresa Suiça contatou Patrícia Albuquerque, 38, para convidá-la para iniciar a filial de Angola.

Na sua avaliação, a participação em uma empresa 'start-up' e a atuação em fusões e aquisições chamaram a atenção da empresa. "Também tem o português, que facilita conversar com as pessoas [de lá]."

A oportunidade de aprendizado e crescimento é o que mais conta para que os profissionais se interessem ou não por vagas em outros países. Enrique Schamann, 38, é argentino, mas mora no Brasil há 10 anos. Atualmente busca recolocação no mercado e uma das possibilidades é mudar de país.

Diferencial

Nesse momento, no entanto, é preciso cautela. Ele foi contatado por uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, mas não se interessou porque os custos são muito grandes.

O interesse das empresas estrangeiras nos profissionais brasileiros está ligado ao conhecimento de períodos de crise e inflação, analisa Nelson Konno, 50, que passou pelos EUA, Japão, Argentina, Alemanha e Inglaterra nos últimos 13 anos.

"Sabemos gerenciar negócios em ambientes turbulentos", avalia.

Ele pondera, no entanto, que é preciso um plano. "Não dá pra vir se aventurar porque não está satisfeito com o salário", comenta.

Foi o que fez Patrícia Albuquerque. Depois de uma análise cuidadosa e de conversar com brasileiros que moram em Angola, ela desistiu da proposta, apesar do salário de US$ 27 mil, além de moradia e transporte. "É um local ainda muito complicado", diz.

Uma das "complicações" era a exigência de ter em conta bancária US$ 10.000 para voltar ao Brasil. Por isso, o primeiro passo para quem quer morar fora é verificar as exigências legais para trabalhar no país de destino desejado.

Caso o profissional decida partir, deve ir atrás da documentação necessária. "Se ele for chamado para uma entrevista no dia seguinte, tem condições de participar do processo", avalia De Lucca.

Com isso em mãos, ele pode buscar headhunters ou consultorias - preferencialmente as unidades no país de destino.

O profissional precisa também saber como ele pode contribuir com a empresa e o país. "[Os estrangeiros] querem pessoas que possam agregar", comenta Alexandre Attauah, consultor de recrutamento da Robert Half.

Mais jovens

Profissionais mais jovens podem optar por um programa de estágio - que pode ou não ser remunerado -junto a agências de intercâmbio, como a Experimento e a CI.

Esses programas, em geral, são para profissionais de 20 a 35 anos que já têm experiência no mercado. Os custos do programa de seis meses vão de US$ US$ 2.500 (R$ 3.883) a US$ 4.600 (R$ 7.146).

Para quem ainda não tem experiência, há a opção dos trabalhos de férias, realizados em resorts, hotéis, estações de ski e outras empresas.

5 maneiras para tentar uma vaga no exterior

  1. Pesquise vagas em redes sociais como o LinkedIn
  2. Inscreva-se em sites de consultorias de recursos humanos reconhecidas, no país desejado
  3. Mapeie empresas que podem precisar de seus conhecimentos e cadastre-se em seus sites, informando sobre a situação de seus documentos
  4. Busque um curso na sua área no país para fazer networking
  5. Participe de programas de estágio ou intercâmbio de trabalho

Fontes: entrevistados

 

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