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24/07/2011 - 07h15

Engessadas, carreiras públicas querem mudar

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Três órgãos entre os mais procurados por concurseiros planejam reformular o plano de carreira: Receita Federal, Polícia Federal e AGU (Advocacia-Geral da União).

Estudos e liderança aceleram ascensão de servidores

A ideia é tornar o serviço público mais atrativo para iniciantes. Mas ainda não há prazo de implementação de alterações, que dependem de aprovação no Congresso.

Hoje há dificuldade de promoção e desenvolvimento -o que torna o ingresso menos interessante e incentiva o abandono de um novo posto, segundo especialistas.

Advogados e procuradores da AGU, por exemplo, têm de esperar que outros se aposentem para serem promovidos.

A proposta hoje em discussão sugere progressão automática, independentemente do número de vagas.

"Engessado" é como Luis Carlos Palacios, presidente da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil, define o profissional que chega à carreira. Quem passa em concurso "não observa possibilidades de crescimento".

O procurador federal Gustavo Leonardo Maia, 28, que ingressou na função em 2007, afirma ter a mesma percepção. Hoje é coordenador de tribunais superiores da Procuradoria Regional Federal. "[Serei] promovido só em três ou quatro anos", destaca.

CONCURSEIROS PROFISSIONAIS

Para a Polícia Federal, uma proposta é aumentar incentivos, especialmente para profissionais de áreas de fronteira, diz Marcos Leôncio, da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.

Mais incentivos e uma padronização das carreiras seria, segundo Ernani Pimentel, diretor do curso preparatório Vestcon, uma forma de evitar "buracos na administração pública".

Pimentel afirma que é comum entre estudantes ocupar vagas temporariamente, enquanto prestam concurso para outro órgão, sem almejar crescimento na carreira.

É o que fez Luana Lima, 24, que voltou a estudar para concurso três meses depois de passar na prova para técnico bancário da Caixa Econômica Federal, em 2009.

Um aumento no salário de R$ 1.600, explica, não a interessa. Com formação superior em sistemas de informação, Lima se prepara para o concurso de técnico do Tribunal Regional Eleitoral, que oferece remuneração maior.

Com o acréscimo, quer pagar curso e se preparar para outra seleção, dessa vez para cargo de ensino superior: auditor da Receita Federal.

A técnica bancária está entre os trabalhadores batizados pelo mercado de concurseiros profissionais -que concorrem em seleções, mesmo depois de aprovados, em busca de melhor salário.

 

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