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15/08/2011 - 07h35

Arqueólogo está em falta no mercado

MARCOS VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Eles participam de escavações, procuram descobrir relíquias e buscam vestígios de civilizações passadas.

Os arqueólogos --cuja atuação não está restrita às aventuras retratadas no cinema-- começam a ser cada vez mais necessários no Brasil.

Boa parte desse aumento de demanda tem a ver com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o desenvolvimento da construção civil.

São os arqueólogos os profissionais contratados para pesquisar o terreno onde serão construídas novas obras e elaborar relatórios necessários para obter licenciamento ambiental da área.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Renato Mangueira, estagiário de arqueologia, na Scientia Consultoria; profissao está em alta
Renato Mangueira, estagiário de arqueologia, na Scientia Consultoria; profissao está em alta

Em 2010, o país bateu recorde em autorizações de pesquisa de licenciamento: 979. O maior saldo havia sido obtido em 2008, quando foram registradas 770.

"Mais de 90% da oferta de trabalho está nas [obras de] empresas privadas", diz Pedro Paulo Funari, professor do departamento de história da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e doutor em arqueologia.

Com investimentos em obras de infraestrutura como estradas, a procura por arqueólogos no mercado de trabalho "tende a crescer na mesma escala da demanda por engenheiros", avalia.

CARÊNCIA
Paulo Zanettini, diretor de uma empresa de pesquisa, diagnósticos e gestão de recursos arqueológicos, é exemplo de gestor que busca continuamente profissionais.

A procura, porém, tem esbarrado em dois deficits. Um deles, explica, é a falta de arqueólogos no mercado.

Existem oito universidades que oferecem bacharelado em arqueologia reconhecidas pelo MEC (Ministério da Educação). Dessas, cinco foram criadas a partir de 2008 e não formaram uma turma.

Outro, completa Zanettini, é o perfil de profissional que sai dos bancos escolares Ðmuito acadêmico. "Eles não têm formação para as necessidades do mercado de licenciamento", considera.

Solange Caudarelli, diretora da Scientia, empresa que atua no setor, concorda. "Estamos declinando uma série de convites para apresentar propostas de serviços porque não achamos número suficiente de arqueólogos."

O estudante de história Renato Mangueira, 20, é estagiário da Scientia e está especializando-se em arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (Universidade de São Paulo).
Ele diz estar ligado ao campo privado porque foi onde viu "espaço para atuar".

 

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