Publicidade
11/09/2011 - 11h15

Mulheres temem capitalizar visual

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Além da beleza, outros fatores ligados à aparência influenciam a remuneração. A socióloga inglesa Catherine Hakim elencou sete itens que, segundo ela, contam pontos em todas as relações humanas. Trata-se de características como atratividade sexual e vivacidade.

A denominação que usou para esse grupo de atributos dá título a seu livro, ªErotic Capitalº, previsto para ser lançado no Brasil em 2012.

A autora afirma que mulheres têm mais esse capital do que homens Ðe que devem aproveitá-lo maisÐ, mas são menos remuneradas por isso do que eles. Em sua opinião, essa distorção se deve à discriminação sexual.

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Valeria Belfort, 51, advogada, já desistiu de vaga por achar que tinha sido chamada por ser bonita
Valeria Belfort, 51, advogada, já desistiu de vaga por achar que tinha sido chamada por ser bonita

A advogada Valéria Belfort, 51, percebe a gentileza de colegas e juízes: "Às vezes, nos momentos de descontração, depois da audiência, eles procuram ser simpáticos".

Mas ela comenta ter receio de usar a aparência física na vida profissional Ðe que recusou trabalhos por entender que a beleza estava em jogo.

A executiva Andrea Gusmão, 36, assume que a aparência ajudou na carreira, mas diz que só isso não lhe garantiria nada: teve de mostrar competência. "[Beleza] contribui, mas não é determinante", ela afirma.

As duas sustentam que já se sentiram prejudicadas pelo alto capital erótico. Gusmão lembra de um chefe dizer que ela era "simpática demais" e que "sorria com os olhos". Engenheira pela Universidade Estadual de Campinas e com dois MBAs, ela relata ser frequente ouvir comentários como "ah, conquistou [algo profissionalmente] porque é bonita". Belfort considera que às vezes mulheres a observam "com rejeição" no trabalho.

CHORO
Para a auditora Rosana Kumagai, 46, a aparência conta "da entrevista à decisão da contratação". "Já participei de seleções em que tiram fotos antes de uma das fases."
Ela admite já ter aplicado seu capital erótico no trabalho. Ao enfrentar um colega, fez ªo que ele esperava de uma mulherº: chorou. A estratégia, diz, deu certo.

 

Publicidade

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag