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09/10/2011 - 07h45

Cargo operacional mantém número de horas semanais

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

A lógica da duração do trabalho é diferente para cargos abaixo da gerência e para executivos. Se a economia enfrenta turbulências, o tempo no emprego de profissionais sem posição de gestão cai.

"Há queda do número de horas extras e da jornada [devido à demanda menor das empresas]", diz Ana Cláudia Moreira Cardoso, socióloga do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Não houve, porém, mudanças significativas na duração do trabalho dos assalariados nas últimas décadas, afirma. "Não teve motivo para redução ou aumento."

A legislação prevê jornada máxima de 44 horas. As categorias profissionais, no entanto, podem negociar acordo com sindicatos patronais.

O sindicato dos farmacêuticos de São Paulo, por exemplo, conseguiu que indústrias aceitassem redução da jornada para 40 horas semanais.

Foi uma mudança gradual: em 2006, passaram a valer 42 horas, e, em 2009, chegou-se ao acordo atual.

Luiza Sigulem/Folhapress
Com expediente menor, Damaris Picolo faz mais esportes
Com expediente menor, Damaris Picolo faz mais esportes

A farmacêutica Damaris Molina Picolo, 28, foi uma das beneficiadas. Parte das quatro horas livres a mais por semana que obteve é destinada a exercícios físicos. A quantidade de trabalho, diz, não foi alterada. "Tenho de fazer mais coisas em menos tempo e fico um pouco sobrecarregada", analisa.

Para o técnico de enfermagem Jânio Dias, 56, contudo, o serviço diminuiu. Antes, o profissional acumulava dois empregos de 40 horas cada um. Houve diminuição para 30 horas em ambos.

"Há dias com pouca atividade porque [o volume de tarefas] depende de outros fatores, como se têm muitos pacientes acidentados."

PROJETOS

No Congresso, há propostas para redução da jornada. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231, de 1995, propõe máximo de 40 horas sem redução de salário e o aumento do valor da hora extra.

Outras ideias são para públicos específicos: existem projetos para gestantes, trabalhadores portuários e enfermeiros. Há ainda um que permite a comerciantes reduzir a carga horária de empregados -pagando menos, caso haja queda nas vendas.

MENOR CARGA

Professores de matemática, estatística e informática do ensino superior são os que cumprem menos horas semanais -média de 20,3, segundo o Ministério do Trabalho.
O número não reflete a realidade, avalia o presidente do Sinpro-SP (Sindicado dos Professores de São Paulo), Luiz Antônio Bardagli, 60. "A carga horária é maior. Temos mais de um contrato."
Supervisores da indústria de couro e extrativistas florestais fazem as jornadas mais longas, com média de 44 horas semanais.
Segundo José Carlos Guedes, da Federação dos Trabalhadores da Indústria Coureira, fábricas surgem em locais com carência de supervisores, como Cascavel (PR). Isso faz com que os contratados sejam mais exigidos.

 

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