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31/10/2011 - 07h05

Conquistar vaga em moda leva 3 meses

CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO

Profissionais da área de moda levam, em média, 2,8 meses para obter emprego.

É o que aponta pesquisa da Carreira Fashion, de RH especializado, com 2.197 pessoas que buscam recolocação no setor em todo o país. O estudo, obtido com exclusividade pela Folha, foi feito de maio a setembro deste ano.

Entre desempregados de todas as áreas em São Paulo, por exemplo, foram sete meses para conquistar uma vaga em agosto de 2011, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Giovanna Lobo, 23, ajuda a puxar a média de tempo de recolocação de profissionais de moda para cima. Formada na área em 2010, não conseguiu emprego até hoje.

Leticia Moreira/Folhapress
A produtora Camila Almeida considera o mercado de moda "abarrotado" e investe na área de "personal stylist"
A produtora Camila Almeida considera o mercado de moda "abarrotado" e investe na área de "personal stylist"

A demora em obter colocação a fez repensar a carreira: saiu da faculdade querendo ser estilista e agora considera tornar-se professora.

Estilismo, aponta Angela Valiera, executiva da Carreira Fashion, é o campo mais desejado, porém, é o que oferece menos postos. "A competição é grande. Há cinco candidatos para cada vaga."

Já áreas ligadas à gestão em moda, afirma Valiera, oferecem mais oportunidades.

Apostar em consultorias também pode ser um meio de se recolocar no mercado.

É o que tenta fazer Camila Almeida, 30. Formada em moda desde 2007, ela atua em produção e investe na carreira de "personal stylist". "Tem muita gente sem formação trabalhando em moda. O mercado está abarrotado."

DIFICULDADE
A Carreira Fashion ouviu ainda 306 empresas do setor -84% disseram levar 30 dias no processo de contratação.

Apesar disso, reclamam da qualificação dos profissionais. "A dificuldade está em todos os cargos e níveis", diz André Pereira, dono da grife Four Style, que diz ter cinco vagas abertas na companhia.

"Com a profissionalização do setor, as empresas exigem cada vez mais qualidade", diz Roberto Meireles, coordenador da HSM Educação.

 

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