Atacadistas do Bom Retiro registram queda nas vendas
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
Lojistas de roupas do Bom Retiro, bairro da região central de São Paulo que atrai comerciantes de outros lugares do país, reclamam que as vendas no atacado estão fracas neste fim de ano.
Eles creditam o movimento lento a uma previsão de compras menor por parte dos varejistas que revendem os produtos em suas cidades e ao surgimento de novos polos têxteis, como o de Maringá e o de Cianorte (a 425 km e 518 km de Curitiba, respectivamente), que concorrem com o bairro paulistano.
Alguns lojistas, como Ides Czerniakowski, 52, dizem que o movimento de clientes que compram poucas peças tornou-se mais relevante.
Dona de duas lojas na região, ela afirma que deve receber atacadistas, que tradicionalmente vêm em novembro, até 10 de dezembro. "Agora alguns dão cheque pré-datado e me pagam após receber dos clientes [deles]."
No estabelecimento voltado a atacadistas em que a gerente de vendas Raquel de Lima, 43, trabalha, a receita está 20% menor comparada ao mesmo período do ano passado. "[Os clientes] vêm menos vezes e compram menos. Antes, o pequeno lojista chegava a comprar 60 peças; hoje, compra no máximo 20."
POSTERGAR
O diretor da câmara de dirigentes lojistas do bairro Nelson Tranquez avalia que o Natal deste ano está "aquém das expectativas". A previsão, segundo ele, é que o próximo semestre seja melhor, especialmente se houver queda nas taxas de juros.
Clientes de atacadistas da região do Bom Retiro, como o lojista Ronan Cunha, 31, dizem adiar as vendas.
Gabo Morales/Folhapress |
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Galeria no Condominio Edificio Nova, na Rua Jose Paulino, Bom Retiro |
Ele, que compra peças em São Paulo para revender em Volta Redonda (a 123 km do Rio de Janeiro) há cinco anos, diz estar "protelando, jogando [as compras] para a frente para ver se clientes aparecem". "É uma tática", afirma.
Para a lojista Ana Picollo, 50, de Goiânia, a capital paulista ainda é referência para compras têxteis no atacado.
"Viajo bastante. Em Nova York, havia um polo de atacado, que hoje é fraco; Paris tem um que é bom, mas nada se compara a São Paulo."
A lojista Claudete Gripa, 46, que tem empreendimento em Brusque (a 97 km de Florianópolis), era uma das poucas pessoas que passeavam pelo Bom Retiro sem reclamar da falta de clientes.
"Estou vendendo bem, minha média é boa; já fiz a provisão de Natal", conta.
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J. C. (198)05/12/2011 10h55
O próprio mercado não está contente com as vendas deste ano. Tudo indica que será um Natal mais fraco do que o ano passado.
Mas você liga a TV e só se tem previsões otimistas: o comércio prevê um crescimento entre 10 a 20% este ano, e blá blá blá...
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem
Renato MH (3099)05/12/2011 15h03
Ao invés do governo fazer uma reforma tributária de verdade, continua reduzindo impostos apenas de alguns setores. É uma por ca ria de gestão.
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leo (1061)05/12/2011 15h41
São Paulo paga o preço da desorganização.
Baixa qualidade no atendimento, estruturas de serviços defasadas afastam o clientes que são atraídos por outros polos que procuram atender melhor e fidelizar os clientes.
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