Chuva reduz movimento em bares

Os meses de verão são os mais aguardados por Ricardo Melo, 32, proprietário do Divine Wine Bar, em São Paulo. Calor, férias e Carnaval elevam o movimento na casa. Mas, nesta estação, as chuvas reduziram a expectativa de faturamento.

Janeiro deste ano teve chuvas acima do previsto. Foram registrados 332,6 mm -a média esperada era 264 mm, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Metereologia).

Por isso, o espaço aberto do Divine Wine Bar ficou vazio. Permaneciam todos na área fechada. "O bar enchia de água quando as chuvas eram intensas", frisa.

Isadora Brant/Folhapress

Ricardo Melo, proprietário do Divine Wine Bar, em SP

Para reverter a situação, o empresário investiu R$ 30 mil na reforma do ponto em janeiro. Desde a semana retrasada, o espaço ao ar livre deu lugar a um salão coberto e a entrada ganhou toldo.

Também foram lançados pratos quentes para dias frios, como peixe e taco.

Adicionar feijoada ao menu foi uma das apostas do Jordão Bar, em São Paulo, para barrar a queda de 15% no faturamento nos meses de dezembro e janeiro.

Sérgio Cardoso, 50, sócio do bar, também trocou cardápios de papel por tablets.

"Preciso fazer com que o cliente se interesse em frequentar o bar, porque, depois que ele vai ao local, naturalmente consome", justifica.

A estratégia de Cardoso é eficiente, avalia João Matta, professor de marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

Para vencer as chuvas, é preciso convencer o cliente a sair de casa para ir ao bar. "Investir em nichos, como bares temáticos, ou oferecer diferenciais em entretenimento, como jogos de tabuleiro, também fazem a diferença."

O menor movimento em bares em dezembro teve reflexo no comércio de cerveja. As vendas caíram 3% de 2010 a 2011 no país, segundo a Confenar (Confederação Nacional das Revendas Ambev).

"Chuva traz mais prejuízo do que frio para revendedores", diz Hamilton Picolotti, presidente da confederação.