Segmentos se organizam para vencer concorrência
DENISE BRITO
DE SÃO PAULO
A crise do mercado florista é parecida com a enfrentada pelas padarias, açougues, e também feiras livres por volta do ano 2000.
Na época, o setor supermercadista vivenciou uma onda de fusões e aquisições e as principais redes correram em busca de novos diferenciais competitivos que as ajudassem a consolidar suas posições no mercado.
Produtos como pão, carne e hortifrútis, de abastecimento frequente, passaram a ser considerados de importância estratégica pela capacidade de gerar tráfego de clientes nas grandes redes.
Silvia Zamboni - 14.fev.12/Folhapress |
Luís Marcos Pinheiro, na Casa de Carnes Barão |
Assim, boa parte do setor supermercadista passou a investir na fabricação de pães -não só do tradicional pão francês, mas de uma ampla gama de itens relacionados: pão de milho, pão sovado, pão doce, pão de queijo, bolos, confeitos, salgados e até itens de rotisseria.
As acanhadas áreas de carnes e de hortifrútis seguiram o mesmo caminho: deram lugar a seções espaçosas, bem iluminadas, com ampla diversidade de produtos. Tudo a preços competitivos, práticas sanitárias superiores e ênfase na praticidade de serviço e de embalagens.
Desunidos ou sem força de mobilização para buscar uma saída comum, donos de açougues e estandes em feiras livres viram sucumbir boa parte de seus colegas varejistas.
"Sobreviveram os que se tornaram butiques, com produtos e atendimento de alta qualidade", destaca Gustavo Carrer, consultor do Sebrae.
O dono da Casa de Carnes Barão, Luís Marcos Pinheiro, diz torcer para que o supermercado localizado quase em frente à sua empresa permaneça onde está.
"[Os mercados] atraem movimento para esse trecho da rua e disponibilizam estacionamento para quem quer vir aqui também", diz.
O empreendedor conta que boa parte das vendas é realizada por clientes habituais que valorizam não só a qualidade do produto, mais fresco, mas também o atendimento personalizado, por telefone ou no balcão.
"Há clientes que pedem carne cortada em 20 bifes, embalados individualmente, um a um", conta ele. "Supermercado algum dia vai fazer isso? Nunca."
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