Ritmo de criação de empresas cai no Brasil

O número de novos negócios criados no Brasil registrou uma queda de 19% nos primeiros sete meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Até esta segunda-feira (30) foram criados 82.086 menos novos negócios do que em 2011, de acordo com um estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

Houve redução em todos os Estados, diz o levantamento. São Paulo, por exemplo, teve redução de 31 mil no número de novos empreendimentos criados no período, enquanto em Minas Gerais a queda foi de mais de 6.000. No Rio, houve 7.000 novos negócios a menos que em 2011.

Esse número não leva em conta os microempreendedores Individuais (pessoas que trabalham por conta própria e que se legalizam como pequenos empresários). Se forem considerados esses empreendedores, houve crescimento 84.198 no número de novos empreendimentos, em comparação com 2011, uma alta de 34%.

Podem participar do programa Empreendedor Individual pessoas que faturam até R$ 60 mil por ano e possuem no máximo um empregado. Com a adesão, os empreendedores têm alíquotas reduzidas para algumas contribuições --o custo máximo de formalização é de R$ 33,25 por mês, dependendo da atividade profissional. Essas pessoas têm direito a CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), emissão de nota fiscal, acesso a financiamentos especiais e participação em licitações públicas, entre outros benefícios.

O coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, diz em comunicado que os dados mostram um cenário de "copo meio cheio e meio vazio".

"Se considerarmos todos os empreendimentos criados no período, inclusive MEIs, houve um crescimento de 34% dos novos negócios, o que demonstra uma maior formalização dos empreendedores individuais, principalmente para obtenção dos direitos previdenciários, sem contudo representar maior geração de empregos", diz.

"Mas ao considerar somente os empreendimentos de outras naturezas, houve uma retração de 19% nos novos negócios em todo o país".