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16/10/2011 - 07h30

Experiência permite mapear novos nichos

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Em termos de migração, o retorno de pessoas para o Nordeste é tendência. O contrafluxo é prolongamento de um movimento que ganhou força entre 1995 e 2000, diz o pesquisador Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base no Censo 2010.

Leo Caldas/Folhapress
Adriana voltou para o Pernambuco depois de 20 anos em SP
Adriana voltou para o Pernambuco depois de 20 anos em SP

Em relação aos que nunca saíram do local onde nasceram, "o 'retornado' tem vantagens porque investiu em capacitação pessoal e aproveitou a dinâmica da cidade onde morou", explica a professora do departamento de demografia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Rosana Baeninger.

A experiência metropolitana, analisa a professora, muda a concepção que o "retornado" tem de negócios. "A demanda de consumo dele faz com que abra empreendimentos que não existem na região [para onde voltou]."

A recifense Adriana Rodrigues, 40, morou 20 anos em São Paulo. Há três, voltou para Pernambuco -mora em Olinda, região metropolitana do Recife, onde abriu empresa de moda e decoração.

Ter vivido em São Paulo, diz ela, dá mais segurança ao montar um negócio. "Fiz cursos e frequentei exposições, e isso me deu ferramentas."

A experiência no setor de serviços, como saber de que forma funciona um restaurante em uma cidade como São Paulo, é diferencial para quem quer tornar-se empreendedor, exemplifica Oswaldo Truzzi, professor de sociologia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

CONHECIMENTO

O empresário Francisco das Chagas Farias, 50, é um dos que avaliam que a experiência traz vantagens.

Nascido na cidade cearense de Varjota (a 298 quilômetros de Fortaleza), foi tentar a vida no Sudeste em 1975, com 16 anos de idade.

Passou os 18 anos seguintes intercalando-se entre Rio de Janeiro e São Paulo. Começou como ajudante de cozinha e chegou a "maître". Em 1990, abriu uma lanchonete na Rocinha, no Rio.

Três anos depois, foi passar férias em Varjota. Seria só um passeio, mas decidiu ficar. Hoje, tem quatro empresas na cidade: restaurante, hotel, locadora de mesas de sinuca e loja de autopeças.

Os anos no Sudeste o ajudaram a virar empreendedor, diz. "Não ganhei dinheiro, mas adquiri experiência."

 

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