Diversificar marcas vira opção para empresários do franchising
CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO
De 2006 ao início de 2011, Rodrigo Stocco, 33, geriu cinco franquias de áreas e grupos diferentes: meias, relógios, roupa infantil, acessórios e vestuário feminino.
A estratégia "é ter marcas que se complementem", já que a clientela é praticamente a mesma -o público feminino. "Sou um franqueado profissional", analisa.
Como ele, outros empresários apostam na "teoria dos ovos" -quanto mais diversificados os investimentos, menores os riscos de perda.
Além disso, ao ampliar o número de marcas, perigos como o de saturação de pontos em uma mesma região são minimizados, exemplifica Denis Santini, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Gerir franquias de diferentes setores é questão de habilidade, avalia Maria Cristina Franco, vice-presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising). "A padronização do setor dá conforto de operação ao franqueado. Se ele está habilitado, não terá dificuldades", considera.
Isadora Brant/Folhapress |
Rodrigo Stocco em loja própria que abriu após gerir cinco franquias de segmentos distintas |
Renato Leal, 44, diz não enxergar grandes disparidades na administração das três marcas de franquias que tem: duas unidades de academia para mulheres, oito temakerias e duas iogurterias.
"As diferenças pontuais são da parte operacional", afirma. Para o empresário, o fundamental é "entender como funciona o modelo".
Diversificar a cesta, no entanto, requer atenção maior. "O franqueado precisa administrar bem o tempo e saber o tamanho que ele quer [que os empreendimentos tenham]", reforça Santini.
TEMPO INTEGRAL
Embora afirme que gerir duas marcas (agência de câmbio e loja de sapatos femininos) não seja problema, Marcelo Benzecry, 42, reconhece a importância da dedicação integral a uma delas.
"Quando foco um negócio, percebo que tenho mais resultado", pondera.
Comparar desempenho das franquias é um erro, considera Santini. Cada uma tem suas particularidades.
Investir em marcas pelos resultados que aparentam dar é outro. "Franquia é negócio de longo prazo. É preciso trabalhar com aquilo que gosta", diz Franco, da ABF.
SAZONALIDADE DEVE SER ANALISADA
O empreendedor deve avaliar a sazonalidade ao montar o pacote de marcas que está disposto a gerir, recomenda Maria Cristina Franco, vice-presidente da ABF.
Considerando os picos de venda de cada uma delas, analisa, "a diversificação tem mais chance de dar certo".
De olho nos altos e baixos de diferentes mercados, Tiago Alvim, 29, abriu franquias de serviços, como academia, e de alimentação. Hoje, o empreendedor mantém marca de gráfica e imobiliária.
Em alimentação, destaca, a variação de faturamento é pequena. Na academia, por sua vez, a demanda crescia com a proximidade do verão.
"No momento em que eu passaria por um período ruim, eu tinha outra marca que equilibrava a balança", afirma Alvim, que diz ter como estratégia abrir apenas marcas internacionais.
O empresário Fabiano Kenji, 35, adotou a mesma estratégia. Abriu franquia de games e manteve a de acessórios, que tem alto faturamento em datas comemorativas.
Apesar disso, ele reconhece não ser fácil administrar negócios distintos.
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