Publicidade
18/12/2011 - 07h35

Autoajuda empresarial domina ranking

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

O diretor Antonio Pina, 42, da empresa de TI Tecla, estava na sala de embarque de um aeroporto quando comprou "O Gerente Eficaz", de Michael Armstrong (editora Clio). Terminou de ler e adquiriu mais quatro exemplares: um para cada gerente.

"O autor reuniu tudo o que está na moda: liderança e motivação, sem esquecer de controle e entrega de resultados."

Livros de autoajuda profissional e empresarial estão entre os mais vendidos nas seções de administração das livrarias. Isso se deve à busca por explicações aliada a um receio em relação à teoria pura, segundo especialistas.

"Um [livro] científico pode meter medo nos executivos que acham que teoria só serve para a academia", analisa a professora da USP (Universidade de São Paulo) Ana Cristina Limongi-França.

Marcos Michael/Folhapress
Antonio Pina, entusiasta de livros de autoajuda empresarial
Antonio Pina, entusiasta de livros de autoajuda empresarial

Samy Dana, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), não indica obras de autoajuda empresarial a alunos. "Têm muito senso-comum e não exigem conhecimento prévio, o que aumenta as vendas", afirma ele, que diz ter lido títulos como "O Monge e o Executivo", de James Hunter (editora Sextante).

Mas, para Marcelo Cardoso, 35, diretor da Gonow Tecnologia, as obras "põem o leitor em contato com princípios [de gestão] de forma rápida"

LÍDER

"O Monge e o Executivo", do americano James Hunter, lidera os rankings de vendas de livros de gestão no Brasil.

O mais vendido de autoajuda empresarial de 2011 no país, lançado por aqui há sete anos, "está a caminho das 3 [milhões de cópias]" comercializadas, calcula Tomás Pereira, 43, sócio da Sextante, editora que publica o livro.

"Eu o descobri na [livraria virtual] Amazon, na divisão de espiritualidade, e não na de negócios", diz Pereira sobre a obra que trata do encontro de um gestor e de um monge que havia sido executivo. É "um bê-á-bá sobre liderança, que é a progressão natural de qualquer pessoa na vida", classifica.

O sucesso da publicação foi tão intenso que migrou do papel para os palcos de São Paulo. A peça ficou em cartaz por dois anos e deve voltar até março de 2012 para a capital paulista. O produtor da montagem -que tem o mesmo nome do livro-, Vagner Molina, 56, explica que o bom desempenho mercadológico da obra veio porque a história "fala o óbvio, o básico".

EQUILÍBRIO

João Batista Machado, 45, gerente financeiro da Tradição Administradora de Consórcios, leu a obra, assistiu à peça e ainda comprou cinco ingressos para distribuir entre os colegas da empresa.

Fez isso, diz ele, por ter se convencido de que "liderar é servir". Depois da experiência, passou a "escutar mais as pessoas" e instituiu reunião semanal com 24 subordinados sobre os conceitos apresentados no best-seller.

Na agência de publicidade Enken, um grupo se organizou para estudar o livro em ciclos sem periodicidade.

Fábio Menezes, 31, gerente de tecnologia da empresa, explica o que aprendeu com "O Monge e o Executivo": "É preciso manter o equilíbrio e mostrar para a equipe que todos são iguais e que dependem do grupo inteiro".

O livro serve para "confirmar conceitos" e "fortificar ideais", considera Marcelo Ponzoni, 45, diretor-executivo da agência Rae,MP.

 

Publicidade

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag