Autoajuda empresarial domina ranking
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
O diretor Antonio Pina, 42, da empresa de TI Tecla, estava na sala de embarque de um aeroporto quando comprou "O Gerente Eficaz", de Michael Armstrong (editora Clio). Terminou de ler e adquiriu mais quatro exemplares: um para cada gerente.
"O autor reuniu tudo o que está na moda: liderança e motivação, sem esquecer de controle e entrega de resultados."
Livros de autoajuda profissional e empresarial estão entre os mais vendidos nas seções de administração das livrarias. Isso se deve à busca por explicações aliada a um receio em relação à teoria pura, segundo especialistas.
"Um [livro] científico pode meter medo nos executivos que acham que teoria só serve para a academia", analisa a professora da USP (Universidade de São Paulo) Ana Cristina Limongi-França.
Marcos Michael/Folhapress |
Antonio Pina, entusiasta de livros de autoajuda empresarial |
Samy Dana, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), não indica obras de autoajuda empresarial a alunos. "Têm muito senso-comum e não exigem conhecimento prévio, o que aumenta as vendas", afirma ele, que diz ter lido títulos como "O Monge e o Executivo", de James Hunter (editora Sextante).
Mas, para Marcelo Cardoso, 35, diretor da Gonow Tecnologia, as obras "põem o leitor em contato com princípios [de gestão] de forma rápida"
LÍDER
"O Monge e o Executivo", do americano James Hunter, lidera os rankings de vendas de livros de gestão no Brasil.
O mais vendido de autoajuda empresarial de 2011 no país, lançado por aqui há sete anos, "está a caminho das 3 [milhões de cópias]" comercializadas, calcula Tomás Pereira, 43, sócio da Sextante, editora que publica o livro.
"Eu o descobri na [livraria virtual] Amazon, na divisão de espiritualidade, e não na de negócios", diz Pereira sobre a obra que trata do encontro de um gestor e de um monge que havia sido executivo. É "um bê-á-bá sobre liderança, que é a progressão natural de qualquer pessoa na vida", classifica.
O sucesso da publicação foi tão intenso que migrou do papel para os palcos de São Paulo. A peça ficou em cartaz por dois anos e deve voltar até março de 2012 para a capital paulista. O produtor da montagem -que tem o mesmo nome do livro-, Vagner Molina, 56, explica que o bom desempenho mercadológico da obra veio porque a história "fala o óbvio, o básico".
EQUILÍBRIO
João Batista Machado, 45, gerente financeiro da Tradição Administradora de Consórcios, leu a obra, assistiu à peça e ainda comprou cinco ingressos para distribuir entre os colegas da empresa.
Fez isso, diz ele, por ter se convencido de que "liderar é servir". Depois da experiência, passou a "escutar mais as pessoas" e instituiu reunião semanal com 24 subordinados sobre os conceitos apresentados no best-seller.
Na agência de publicidade Enken, um grupo se organizou para estudar o livro em ciclos sem periodicidade.
Fábio Menezes, 31, gerente de tecnologia da empresa, explica o que aprendeu com "O Monge e o Executivo": "É preciso manter o equilíbrio e mostrar para a equipe que todos são iguais e que dependem do grupo inteiro".
O livro serve para "confirmar conceitos" e "fortificar ideais", considera Marcelo Ponzoni, 45, diretor-executivo da agência Rae,MP.
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