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17/01/2012 - 07h05

Arquiteta ajudou a reconstruir país depois de guerra civil

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Quando chegou à Costa do Marfim, país no oeste da África, em 2004, a arquiteta Ana Paula Lepori, 39, encontrou um cenário devastado. O país vivia resquícios de uma guerra civil, que teria fim oficialmente em 2007.

"O comércio era muito saqueado e bandos tiravam pessoas das casas", lembra ela, que foi para lá após ter integrado a seção espanhola dos Arquitetos sem Fronteiras, quando fazia doutorado em Barcelona, na Espanha.

Isadora Brant/Folhapress
Ana Paula Lepori participou de projetos na Costa do Marfim
Ana Paula Lepori participou de projetos na Costa do Marfim

Em um terreno de carências, a arquiteta mapeou deficiências e ergueu bases para reduzi-las. Construiu escola de educação básica, jardim da infância, biblioteca e granja-escola -que ensina práticas de avicultura- para cegos.

A falta de recursos era tanta, conta ela, que o primeiro edifício, uma escola, foi erguido com apenas uma ferramenta: um serrote, que pertencia ao mestre de obras.

O que era considerado "um luxo" na Europa -elaborar desenhos de tijolos, peças e encaixes- era a alternativa marfinense a componentes prontos e muito caros para os padrões locais. Foi dessa forma que a arquiteta aprendeu com a população do país a fazer um trabalho mais manual e artesanal e a obter "qualidade na obra".

CAPACITAÇÃO

Contar com empreiteiras para finalizar o trabalho está fora dos planos da ONG. Assim, diz ela, "o dinheiro chega a quem tem que chegar".

Antes de contratar mão de obra local, os arquitetos precisam capacitar as pessoas, o que acontece no próprio canteiro de obras. Eles também buscam comprar material apenas do comércio nativo.

A política conflituosa dificultou a missão, diz Lepori. A cidade de Bouake (a segunda maior do país, a 100 km da capital Yamoussoukro), local em que estava prevista uma escola para cegos, passou para o controle de rebeldes.

As novas forças políticas da região obrigaram a arquiteta a consultar as autoridades, que deram aval para a construção da escola.

Após sete anos entre a África e a Espanha, Lepori abriu no Brasil uma empresa nos moldes dos trabalhos que fez pela ONG: identifica lacunas sociais, busca financiamento e dá forma ao projeto.

 

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