Treinamento mira deficit de formação
PATRÍCIA BASÍLIO
DE SÃO PAULO
Criar um certificado interno para profissionais que passam por treinamento de liderança foi solução encontrada pela FedEx, de transportes de encomendas, para promover funcionários e suprir o deficit de líderes.
Alexandre Rezende/Folhapress |
Eduardo Mezei, da Fedex, tem colegas de cinco países |
A educação básica defasada no Brasil, afirma Eduardo Mezei, gerente de RH da empresa, é o principal limitador de talentos. "Há profissionais bons no mercado, mas a gente precisa investir em capacitação para prepará-los", diz.
As seis semanas do curso, ressalta Mezei, também servem como teste para verificar se o trabalhador tem potencial para ocupar cargo de gestão. "Se o funcionário não passa na prova, faz curso para superar as dificuldades."
Marina Heck, coordenadora de MBA para executivos da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), também avalia que a baixa qualidade da educação seja um dos gargalos da formação de gestores.
"A formação de mão de obra qualificada não será suficiente para acompanhar o crescimento econômico do país", prevê Heck.
Para Leda Maria Machado, coordenadora dos cursos de MBA em gestão de pessoas da HSM Educação, no entanto, há talentos suficientes para suprir a demanda do mercado. O que falta, pondera a especialista, são organizações que consigam encontrá-los e desenvolvê-los.
"Não existe profissional perfeito, há o mais adequado. Se ele tem capacidade de aprender rapidamente, pode ter desempenho até melhor que o de candidatos experientes", analisa a coordenadora.
TREINAMENTO
Na Arcos Dourados do Brasil, detentora da marca Mc Donald's no país, todos os profissionais passam por treinamento prático no restaurante. No curso, fritam batatas e montam lanches.
Vagas não ocupadas por profissionais da empresa, destaca o diretor de treinamento João Célio Oliveira, 42, "são divulgadas no mercado e em universidades".
Programas de "mentoring" (tutoria) são aliados da Monsanto, de biotecnologia, "para prospectar e promover talentos internos", diz André Franco, 42, diretor de RH.
Neles, um executivo atua como orientador e "dá as coordenadas para o jovem profissional desenvolver seu potencial de liderança".
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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